O ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori, de 85 anos, divulgou que está com um tumor maligno na língua, onde sofre com uma lesão cancerígena há 27 anos. Fujimori, que foi solto da prisão no final de 2023, foi às redes sociais para comunicar a informação. “Justo agora que reconquistei minha liberdade, tenho que enfrentar uma nova batalha”.
“Nunca me rendo à doença e arbitrariedade. Nada poderá evitar meu reencontro com todos vocês. Com o seu apoio, a ajuda de Deus e o amor da minha família, vou derrotar o câncer”, completou o vídeo do ex-presidente. O tumor foi descoberto em uma biópsia após ele ser internado em uma clínica no fim de abril.
Fujimori estava preso desde 2009, condenado por corrupção, além de cometer crimes contra os direitos humanos durante seus mandatos, de 1990 a 2000. O descendente de japoneses foi acusado como mandante do massacre de 25 pessoas em 1991 e 1992.
Em dezembro do ano passado, o ex-presidente foi solto da prisão. A Justiça peruana justificou sua liberação devido a razões humanitárias.
Los resultados de la biopsia confirman el diagnóstico de un nuevo tumor. Mi padre está enfrentando esta enfermedad por más de 27 años. Con sus oraciones y el amor de nuestra familia, estamos seguros que volverá a superarla. pic.twitter.com/TCGO2Ob9Ky
— Keiko Fujimori (@KeikoFujimori) May 11, 2024
Quem é Alberto Fujimori?
Considerado um ditador, Fujimori permaneceu por dez anos no poder. Em seu segundo ano como presidente, ele aplicou um “autogolpe”, fechando o Poder Judiciário, o Ministério Público, o Tribunal Constitucional e o Conselho da Magistratura, em colaboração com as Forças Armadas.
O peruano é acusado de sequestrar e matar opositores e veículos de imprensa contrários a sua gestão. Estima-se que, apenas em seu primeiro mandato, houve mais de 3 mil assassinatos políticos. Fujimori foi alvo de diversos escândalos de corrupção, eventualmente renunciando o cargo de presidência e pedindo asilo político no Japão. Apesar da decisão, o Congresso recusou o pedido e abriu um processo de impeachment contra Alberto.
Dentre as acusações, está o direcionamento de US$ 15 milhões do tesouro peruano ao chefe do serviço de inteligência, Vladimiro Montesinos. Além disso, Fujimori confessou, posteriormente, instâncias de suborno em seu governo.