Neste domingo (2), cerca de 100 milhões de mexicanos são convocados para comparecer às urnas. Pela primeira vez na história do país, uma mulher deve chegar à presidência. A candidata de esquerda Claudia Sheinbaum, de 61 anos, é a favorita para governar até 2030 o maior país de língua espanhola e a segunda maior economia latino-americana depois do Brasil.
Líder nas pesquisas, a candidata do Morena aponta para 55% das intenções de voto, segundo o agregador de pesquisas Poll.mx. Sua principal adversária é Xóchitl Gálvez, senadora e empresária de raízes indígenas, que possui 31% das intenções de voto. Em terceiro lugar está Jorge Álvarez Máynez, um ex-deputado centrista com 13% de apoio.
A eleição é de turno único, vencida por maioria simples. Cerca de 20 mil cargos, incluindo o Congresso e nove dos 32 governadores, estão em disputa nas eleições, que ocorrem após o assassinato de 30 candidatos a cargos locais.
Quem é Claudia Sheinbaum?
Claudia Sheinbaum é uma figura política proeminente no México, favorita para se tornar a primeira mulher presidente do país. Ela é uma candidata de esquerda apoiada pela popularidade do presidente atual, Andrés Manuel López Obrador (AMLO).
Formada em física, Sheinbaum foi prefeita da Cidade do México de 2018 a 2023, período em que sua administração foi marcada por diversas iniciativas e desafios. De origem judaica, a candidata se destaca por seu compromisso com a continuidade dos projetos de López Obrador, que tem um índice de aprovação de 66%.
A possível eleição de Sheinbaum é vista como um marco em um país com forte tradição machista. Sua vitória seria uma inspiração para mulheres em todos os setores da sociedade, representando uma grande mudança na política mexicana.
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Violência no México
Entre os principais desafios que ela pode enfrentar, estão a expansão do crime organizado e a manutenção dos programas sociais sem aumentar o déficit fiscal ou contrair novas dívidas.
O México enfrenta uma espiral de violência desde 2006, com mais de 450 mil homicídios e 100 mil desaparecimentos registrados. A violência contra as mulheres também é uma questão grave, com 852 feminicídios registrados no último ano.
A segurança no país é um ponto central, e Sheinbaum, caso eleita, terá que lidar com a influência dos poderosos cartéis de drogas que controlam grandes áreas do país.
Além disso, a relação com os Estados Unidos será um aspecto importante do seu governo, especialmente se o ex-presidente Donald Trump for reeleito. Manter uma parceria comercial sólida e navegar pelas complexidades diplomáticas será fundamental para o sucesso de seu mandato.