As autoridades da Rússia informaram, nesta quinta-feira (30), que o jornalista dos EUA Evan Gershkovich, que trabalha no The Wall Street Journal, foi detido por suspeita de espionagem.
Segundo o The New York Times, o repórter americano é o primeiro a ser detido como espião pela Rússia desde a época da Guerra Fria. Ele foi preso em Ecaterimburgo, uma cidade que fica a mais de 1.000 quilômetros a leste de Moscou, nos Montes Urais, de acordo com agências de notícias estatais russas.
O serviço secreto russo, o FSB, informou por meio de um comunicado, “Foi estabelecido que E. Gershkovich, agindo sob uma missão do lado norte-americano, estava reunindo informações classificadas como segredo de estado sobre a atividade de uma das empresas do complexo militar-industrial da Rússia”.
O porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitry Peskov, afirmou: “Não estamos falando de suspeitas”. Segundo Dmitry, “Ele foi pego em flagrante”. A Embaixada dos EUA ainda não comentou sobre o assunto.
Em um comunicado, o The Wall Street Journal negou veementemente as alegações da Rússia e disse que está preocupado com a segurança de Gershkovich, de acordo com o The New York Times. “O Wall Street Journal nega veementemente as alegações do FSB e busca a libertação imediata de nosso confiável e dedicado repórter, Evan Gershkovich. Somos solidários com Evan e sua família”.
De acordo com o código criminal da Rússia, Evan Gershkovich pode pegar até 20 anos de prisão. Absolvições nesses casos são praticamente inéditas.
O jornalista trabalha para o The Journal em Moscou desde janeiro de 2022 e anteriormente trabalhou na Rússia para a Agence France-Presse e para o The Moscow Times. Gershkovich também já foi assistente de notícias do The New York Times.