A Rússia deve lançar sua primeira missão à lua em quase 50 anos, colocando-se em uma corrida espacial contra a Índia, que também pretende pousar uma nave lunar neste mês. O módulo Luna-25 partirá rumo ao satélite nesta sexta-feira (11).
O lançamento acontece no Cosmódromo Vostochny, no Extremo Oriente, e será conduzido sem a assistência da Agência Espacial Europeia, que encerrou a cooperação com a Rússia após a invasão da Ucrânia. Espera-se que o equipamento chegue à lua em 23 de agosto, por volta do mesmo dia que uma nave indiana lançada em 14 de julho. As informações são da emissora Al Jazeera.
Os módulos de ambos os países se dirigem para o pólo sul da lua – área onde nenhuma espaçonave conseguiu pousar tranquilamente até o momento. O três únicos países que conseguiram pousos lunares bem-sucedidos foram a União Soviética, os Estados Unidos e a China.
A agência espacial russa, Roscosmos, informou que o módulo deve operar por um ano, e vai “colher e analisar amostras do solo, e conduzir pesquisas científicas de longo prazo” no material obtido da superfície lunar e da atmosfera. O objetivo, segundo a agência, é mostrar que a Rússia “é um estado capaz de entregar uma carga útil para a lua” e “assegurar o acesso garantido da Rússia à superfície da lua”.
As sanções impostas ao país depois da invasão à Ucrânia dificultam o acesso à tecnologia ocidental, o que impacta seu programa espacial. Inicialmente, o Luna-25 havia sido feito para transportar um pequeno veículo lunar, mas essa ideia foi deixada de lado a fim de reduzir o peso da nave e, assim, melhorar a confiabilidade, de acordo com especialistas.
Para a Rússia, uma missão espacial bem-sucedida mostraria que apesar de seu “passado turbulento” e das sanções ocidentais – que “realmente impactaram o desenvolvimento espacial da nação”, o país é capaz de realizar grandes missões, disse o jornalista Daniel Hawkins à Al Jazeera.