Nesta segunda-feira (29), uma autoridade da Casa Branca indicou que governo de Joe Biden pretende retomar as sanções à Venezuela relacionadas ao setor petrolífero em abril, após seis meses de suspensão, caso Maria Corina Machado e outros candidatos da oposição não obtenham autorização para concorrer contra o presidente Nicolás Maduro.
Vale ressaltar que, em outubro de 2023, os Estados Unidos estabeleceram como condição para a suspensão das sanções à Venezuela a libertação de prisioneiros pelo governo Maduro. Além disso, outra condição era o avanço em direção ao fim das proibições impostas a vários membros da oposição no país. Como resultado, o país libertou 24 venezuelanos e dez norte-americanos.
Contudo, devido à decisão judicial desfavorável a candidata da oposição e às detenções recentes de outros membros, os Estados Unidos ameaçaram reintroduzir sanções à Venezuela. O funcionário da Casa Branca destacou que as autoridades também estavam ponderando outras medidas punitivas.
“A menos que Maduro e os seus representantes na Venezuela consigam voltar ao caminho certo, especificamente no que diz respeito a permitir que todos os candidatos presidenciais concorram nas eleições deste ano, não estaremos em posição de renovar a Licença Geral 44, que proporciona alívio ao setor do petróleo e gás da Venezuela, quando for o período de renovação, em abril”, foi o que apontou a autoridade à CNN.
Ainda, na sexta-feira (26), a Suprema Corte da Venezuela confirmou a proibição que impede Machado de se candidatar nas eleições de 2024. A decisão tem por base o argumento de que a candidata endossa as sanções dos EUA, está envolvida em atividades corruptas e perdeu recursos associados aos ativos estrangeiros da Venezuela.
Cobrança norte-americana
“Eles têm até a primavera para honrar seus compromissos. Eles têm decisões que precisam tomar antes de avaliarmos quais decisões tomaremos. Muito vai depender do que Maduro e seu regime fizerem”, declarou John Kirby, porta-voz de segurança nacional dos EUA, em uma coletiva de imprensa.
Em outubro de 2023, os Estados Unidos concederam uma licença geral de seis meses, permitindo transações norte-americanas com o setor de petróleo e gás da Venezuela. Além disso, foi emitida uma segunda licença para operações da empresa estatal de mineração de ouro, a Minerven. Ainda, a proibição de negociação norte-americana no mercado secundário de títulos soberanos venezuelanos também foi revogada.
Já Machado obteve uma vitória expressiva nas primárias da oposição em outubro. Ela afirmou nesta segunda-feira (29) que não renunciará em favor de um substituto, caracterizando a decisão judicial como um crime. Ainda, a venezuelana reiterou que as eleições ocorrerão este ano.
“Não há recuo. Temos um mandato e vamos completá-lo. Candidato substituto é o plano de quem não quer mudança e nosso plano é mudança, ponto final”, finalizou ela em uma coletiva em Caracas.
“Urgente. O governo da Argentina acaba de se manifestar contra o banimento de Maria Corina Machado na Venezuela, prestando o seu apoio e reafirmando o seu compromisso com eleições livres. É o primeiro governo de toda a América Latina a manifestar-se. Este é o caminho.” https://t.co/XzCu1yvbgh
— Renata 🇧🇷 (@RenataSL30) January 27, 2024
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini