COBRANÇA

Sanções à Venezuela serão retomadas pelos EUA se candidata da oposição for impedida de concorrer às eleições

Maria Corina Machado obteve uma vitória expressiva nas primárias em outubro. Ela afirmou que não renunciará em favor de um substituto

Nesta segunda-feira (29), uma autoridade da Casa Branca indicou que governo de Joe Biden pretende retomar as sanções à Venezuela relacionadas ao setor petrolífero em abril, após seis meses de suspensão, caso Maria Corina Machado e outros candidatos da oposição não obtenham autorização para concorrer contra o presidente Nicolás Maduro. 
Maria Corina Machado – Crédito: Reprodução/Youtube

Nesta segunda-feira (29), uma autoridade da Casa Branca indicou que governo de Joe Biden pretende retomar as sanções à Venezuela relacionadas ao setor petrolífero em abril, após seis meses de suspensão, caso Maria Corina Machado e outros candidatos da oposição não obtenham autorização para concorrer contra o presidente Nicolás Maduro. 

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Vale ressaltar que, em outubro de 2023, os Estados Unidos estabeleceram como condição para a suspensão das sanções à Venezuela a libertação de prisioneiros pelo governo Maduro. Além disso, outra condição era o avanço em direção ao fim das proibições impostas a vários membros da oposição no país. Como resultado, o país libertou 24 venezuelanos e dez norte-americanos.

Contudo, devido à decisão judicial desfavorável a candidata da oposição e às detenções recentes de outros membros, os Estados Unidos ameaçaram reintroduzir sanções à Venezuela. O funcionário da Casa Branca destacou que as autoridades também estavam ponderando outras medidas punitivas.

“A menos que Maduro e os seus representantes na Venezuela consigam voltar ao caminho certo, especificamente no que diz respeito a permitir que todos os candidatos presidenciais concorram nas eleições deste ano, não estaremos em posição de renovar a Licença Geral 44, que proporciona alívio ao setor do petróleo e gás da Venezuela, quando for o período de renovação, em abril”, foi o que apontou a autoridade à CNN.

Ainda, na sexta-feira (26), a Suprema Corte da Venezuela confirmou a proibição que impede Machado de se candidatar nas eleições de 2024. A decisão tem por base o argumento de que a candidata endossa as sanções dos EUA, está envolvida em atividades corruptas e perdeu recursos associados aos ativos estrangeiros da Venezuela.

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Cobrança norte-americana

“Eles têm até a primavera para honrar seus compromissos. Eles têm decisões que precisam tomar antes de avaliarmos quais decisões tomaremos. Muito vai depender do que Maduro e seu regime fizerem”, declarou John Kirby, porta-voz de segurança nacional dos EUA, em uma coletiva de imprensa.

Em outubro de 2023, os Estados Unidos concederam uma licença geral de seis meses, permitindo transações norte-americanas com o setor de petróleo e gás da Venezuela. Além disso, foi emitida uma segunda licença para operações da empresa estatal de mineração de ouro, a Minerven. Ainda, a proibição de negociação norte-americana no mercado secundário de títulos soberanos venezuelanos também foi revogada.

Já Machado obteve uma vitória expressiva nas primárias da oposição em outubro. Ela afirmou nesta segunda-feira (29) que não renunciará em favor de um substituto, caracterizando a decisão judicial como um crime. Ainda, a venezuelana reiterou que as eleições ocorrerão este ano.

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“Não há recuo. Temos um mandato e vamos completá-lo. Candidato substituto é o plano de quem não quer mudança e nosso plano é mudança, ponto final”, finalizou ela em uma coletiva em Caracas.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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