míssil de israel

“Se querem matar o que restou de nós, basta nos avisar”, diz diretor de hospital bombardeado em Gaza

A maior unidade de saúde em Gaza atende mais de 5 mil pacientes, e tem dezenas de milhares de pessoas deslocadas abrigadas em seu entorno

Um míssil via drone enviado por Israel atingiu a frente do Hospital al-Shifa, o maior localizado na Faixa de Gaza, nesta sexta-feira (3).
Uma mulher chora durante um cortejo fúnebre no Hospital Al-Shifa, em Gaza. (Crédito: Ahmad Hasaballah/Getty Images)

Um míssil via drone enviado por Israel atingiu a frente do Hospital al-Shifa, o maior localizado na Faixa de Gaza, nesta sexta-feira (3). O número total de vítimas ainda não foi confirmado.

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A unidade de saúde atende mais de 5 mil pacientes, e tem dezenas de milhares de pessoas deslocadas abrigadas nos quintais da frente e de trás, segundo informações da emissora Al Jazeera.

Durante uma conferência de imprensa realizada no hospital, a administração informou que exigiu proteção internacional para ambulâncias, uma vez que os veículos foram alvo de ataques na rua al-Rashid. Nos últimos dias, também pediram que a Cruz Vermelha os acompanhasse em sua viagem até a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, mas uma das ambulâncias foi atingida.

O porta-voz do Ministério da Saúde palestino em Gaza, Ashraf al-Qudra, disse que pacientes gravemente feridos estavam sendo transferidos para Rafah quando o bombardeio israelense atingiu os arredores do Hospital al-Shifa.

Informamos à Cruz Vermelha e ao Crescente Vermelho, informamos o mundo inteiro, que essas vítimas estavam dentro dessas ambulâncias”, afirmou al-Qudra. “Este era um comboio médico“, reforçou.

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O diretor do hospital, Muhammad Abu Silmeyeh, relatou que a situação na unidade é mais do que terrível. “Ficamos sem suprimentos médicos, não podemos acomodar o grande número de vítimas e, dentro de algumas horas, os geradores vão parar”, lamentou. “O necrotério do hospital está totalmente lotado. Estamos mantendo os mortos em nossos caminhões congeladores“.

Temos enviado pedidos de socorro para todo o mundo”, disse Silmeyeh, acrescentando que o Hospital al-Shifa tem a maior incubadora de recém-nascidos, as maiores instalações operacionais e a maior unidade de cuidados intensivos de Gaza.

Esse prédio abriga milhares de pacientes e vítimas. Agora está sem energia elétrica”, contou. “Se querem matar o que resta de nós, é só nos avisar. Se este hospital entrar em colapso, todo o setor da saúde irá quebrar”.

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