Segundo relatório, Bento XVI acobertou casos de pedofilia na Alemanha

As acusações datam de 1977 e 1982, quando Bento XVI ainda era arcebispo de Munique

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Papa Emérito Bento XVI e Papa Francisco participam do Consistório Público Ordinário na Basílica de São Pedro em 14 de fevereiro de 2015 na Cidade do Vaticano, Vaticano. Além de 15 novos eleitores, o Papa Francisco nomeou cinco novos cardeais com mais de 80 anos e, portanto, inelegíveis para votar em um conclave. (Foto de Franco Origlia/Getty Images)

Joseph Aloisius Ratzinger (94), mais conhecido como Papa Bento XVI, teria acobertado quatro casos de pedofilia na Alemanha, segundo um relatório independente publicado nesta quinta-feira (20). As acusações datam de 1977 e 1982, quando Bento XVI ainda era arcebispo de Munique.

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Martin Pusch, um dos advogados responsáveis pela investigação, afirma que “ele (Papa Bento XVI) havia sido informado sobre o que aconteceu”. “Acreditamos que ele pode ser acusado por má-conduta desses quatro casos”, disse Pusch. “Os abusadores continuaram com suas atividades pastorais.”

Em sua defesa, Bento XVI alega que não tem conhecimento dos fatos. Contudo, Martin Pusch diz que possui provas concretas contra o ex-papa.

Segundo o relatório, o então arcebispo de Munique, Joseph Ratzinger, não fez nada para afastar quatro clérigos suspeitos de pedofilia.

Em dois casos, os envolvidos eram membros do clero que cometeram várias agressões comprovadas por tribunais alemães. Os dois padres permaneceram dentro da Igreja e nada foi feito a respeito das acusações.

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Os investigadores disseram estar convencidos de que Ratzinger estava ciente do passado pedófilo do padre Peter Hullermann, que chegou em 1980 da Renânia do Norte-Vestefália, na Baviera, onde continuou a praticar abusos por décadas sem ser denunciado.

Em 1986, foi condenou à prisão, mas Peter foi então transferido para outra cidade da Baviera, onde teria reincidido. Apenas em 2010 que este padre foi forçado a se aposentar.

Bento XVI negou conhecer o passado do padre, cujo caso ganhou as manchetes dos jornais em 2010, justamente na época em que Joseph era papa.

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No geral, o relatório denuncia o acobertamento sistemático de casos de violência contra menores entre 1945 e 2019 com o objetivo, segundo eles, de “proteger a instituição da Igreja”.

O papa emérito Bento XVI expressou “comoção e vergonha” pela pedofilia na Igreja após a divulgação do relatório que o acusa de passividade nos casos de abuso infantil na Alemanha, disse seu secretário particular, Georg Gänswein.

O Vaticano reiterou na quinta-feira (20) sua “vergonha” e “remorso” pelo abuso sexual de crianças na Igreja, em um comunicado oficial.

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