A polícia de Madagascar abriu fogo, nesta segunda-feira (29), contra uma multidão que protestava por conta de um sequestro de uma criança albina em Ikongo, cidade no sudeste do país. A polícia madagascarense admitiu, por enquanto, a morte de 11 pessoas.
Porém, o chefe do principal hospital da região, Tango Oscar Toky, disse para a Agence France-Presse (AFP) que nove pessoas teriam morrido no local, mais 10 no hospital e 34 feridos estão internados, nove em estado grave.
O tumulto começou, segundo as autoridades locais, quando cerca de 500 pessoas protestavam em frente a uma delegacia onde quatro suspeitos do sequestro da criança albina estavam. Ainda segundo a polícia local, muitos manifestantes estavam armados com facões e pediam que os suspeitos fossem entregues ao tribunal improvisado na rua. Os disparos aconteceram quando os manifestantes forçaram a entrada na delegacia. Além dos disparos de armas de fogo, a polícia também utilizou bombas de gás.
Em Madagascar, assim como em outras partes do continente africano, a população albina enfrenta muitas situações de violência. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 12 albinos foram sequestrados, mortos ou sofreram alguma violência em Madagascar nos últimos dois anos.
🇲🇬 Polícia mata 14 pessoas em protesto por sequestro de criança albina em #Madagascar
Manifestantes se revoltaram pela demora para encontrar o menino desaparecido; outras 28 pessoas ficaram feridas na confusão
— Beto Kavalcante (@BetoKavalcante) August 30, 2022