
A Confederação Geral do Trabalho (CGT) realizará uma greve nacional de 24 horas na Argentina, nesta quinta-feira (9), contra as políticas econômicas do presidente Javier Milei.
Esta é a segunda “medida de força” contra o governo argentino em cinco meses. A primeira foi em 24 de janeiro, quando houve uma greve nacional de 12 horas.
“Vamos fazer uma greve de 24 horas pelos reajustes dos pensionistas e reformados. Não se pode ajustar sobre os setores mais vulneráveis, queremos resolver as questões salariais”, afirmou o secretário-geral da CGT, Héctor Daer.
O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, voltou a criticar a CGT nas horas anteriores à nova medida de força e chamou o sindicato de “os fundamentalistas do atraso”, além de confirmar que “os trabalhadores do Estado que pararem terão desconto no dia”.
A greve está marcada para começar a 0h, no horário de Buenos Aires, indo até 23h59 e contempla a paralisação de diversas atividades e serviços.
Sindicatos e a greve como “medida de força”
O sindicato busca sua segunda medida de força em apenas cinco meses de gestão libertária, tendo como pano de fundo o debate da Lei de Bases no Senado. No local são discutidos temas “sensíveis” para dirigentes sindicais, como as iniciativas de flexibilização incluídas na reforma trabalhista promovida por Milei.
O apelo maciço, gerado semanas atrás no contexto da Marcha Universitária Federal, mostrou que a motosserra do presidente conseguiu unificar vários setores e grupos de diferentes orientações políticas contra o ajuste.
A enorme participação popular nesta marcha deu à CGT o impulso para lançar esta nova medida de força, sabendo que nos próximos meses virão novos aumentos tarifários (estrategicamente prorrogados pelo Governo para desativar temporariamente uma fonte de tensão).
A grande maioria dos sindicatos vai parar esta quinta-feira, já que a medida de força foi convocada pelos três grandes centros. A paralisação será sentida fortemente durante o dia em quase todas as atividades, até mesmo nos transportes e funcionalismo público. Alguma atividade só é esperada em determinadas instalações comerciais.
🟣 Daniel Scioli sostuvo que “muchos sindicalistas no están de acuerdo” con el paro general de la CGT.https://t.co/NwQa9rKdZr
— Perfil.com (@perfilcom) May 9, 2024