
Na terça-feira (25), o Talibã anunciou que os salões de beleza no Afeganistão deverão encerrar suas atividades, agora que chegou ao fim o prazo de um mês determinado previamente.
O porta-voz do Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício (administrado pelo Talibã), Sadiq Akif Mahjer, não especificou se o grupo fundamentalista irá usar força armada contra os estabelecimentos que não cumprirem a ordem. As informações são da emissora Al Jazeera.
A decisão de banir esse tipo de comércio foi atribuída ao fato de oferecem serviços “proibidos pelo islamismo” e por “causarem dificuldades econômicas para as famílias dos noivos durante as comemorações de casamento“. Entre os serviços que, segundo o Talibã, “violam o islamismo“, estão o design de sobrancelhas, o uso de apliques de cabelo humano e o uso de maquiagem – que supostamente “interferem na limpeza necessária antes de orar“.
Essa ordem é limitação mais recente aos direitos de mulheres e meninas afegãs, após decretos que já as proíbem de estudar, frequentar espaços públicos e trabalhar na maioria dos empregos disponíveis. A decisão também preocupa grupos internacionais que questionam o impacto que o fechamento de salões terá sobre as mulheres empresárias.
A diretora associada dos direitos das mulheres do grupo Human Rights Watch, Heather Barr, ressaltou que não se trata de não conseguir fazer o cabelo ou as unhas. “Trata-se de cerca de 60 mil mulheres perdendo seus empregos. Trata-se de mulheres perdendo um dos únicos lugares onde poderiam ir para encontrar comunidade e apoio depois que o Talibã destruiu sistematicamente toda a estrutura criada para responder à violência doméstica“, alertou.