Afeganistão

Talibã queima instrumentos musicais por considerá-los “imorais”

Um representante do grupo fundamentalista declarou que “promover a música leva à corrupção moral e tocar música engana os jovens”

A liderança do Talibã acenderam uma fogueira e, nela, atiraram instrumentos e equipamentos musicais por considerarem a música "imoral".
Entre os itens lançados na fogueira, estavam um violão, um harmônio, outros dois instrumentos de cordas e uma tablá (percussão). (Crédito: Reprodução/Perfil Argentina)

A liderança do Talibã acendeu uma fogueira e, nela, atirou instrumentos e equipamentos musicais por considerarem a música “imoral“. O fato ocorreu durante o último fim de semana, em uma província do oeste do Afeganistão.

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O chefe do Ministério para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício, Aziz al-Rahman al-Muhajir, declarou que “promover a música leva à corrupção moral e tocar música engana os jovens“. Desde 2021, quando passou a ocupar o poder no país, o grupo fundamentalista impôs uma série de leis que refletem sua visão rigorosa do Islã — que inclui a proibição de tocar música em público.

Muitos dos instrumentos queimados no sábado (29) foram confiscados de salões de casamento da cidade, conforme informações do portal Perfil Argentina. Entre os itens lançados na fogueira, estavam um violão, um harmônio, outros dois instrumentos de cordas e uma tablá (percussão).

Salões de beleza

Há uma semana, no dia 25 de julho, o Talibã anunciou que os salões de beleza no Afeganistão deverão encerrar suas atividades, agora que chegou ao fim o prazo de um mês determinado previamente.

A decisão de banir esse tipo de comércio foi atribuída ao fato de oferecem serviços “proibidos pelo islamismo” e por “causarem dificuldades econômicas para as famílias dos noivos durante as comemorações de casamento“. Entre os serviços que, segundo o Talibã, “violam o islamismo“, estão o design de sobrancelhas, o uso de apliques de cabelo humano e o uso de maquiagem – que supostamente “interferem na limpeza necessária antes de orar“.

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A ordem foi a limitação mais recente aos direitos de mulheres e meninas afegãs, após decretos que já as proíbem de estudar, frequentar espaços públicos e trabalhar na maioria dos empregos disponíveis. A decisão também preocupa grupos internacionais que questionam o impacto que o fechamento de salões terá sobre as mulheres empresárias.

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