assassinato em 2020

Tribunal de Israel absolve policial acusado de matar palestino autista

O tribunal descreveu o incidente como um “erro trágico”

Um tribunal de Israel absolveu um policial acusado de homicídio culposo por imprudência por atirar e matar um homem palestino com autismo
“Hoje senti que ele foi morto mas uma vez”, lamenta a mãe de Eyad al-Hallaq. (Crédito: REUTERS/Sinan Abu Mayzer)

Um tribunal de Israel absolveu um policial de fronteira que foi acusado de homicídio culposo por imprudência após atirar e matar um homem palestino com autismo na Cidade Antiga de Jerusalém há três anos.

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Conforme informações da emissora Al Jazeera, o tribunal distrital de Jerusalém decidiu nesta quinta-feira (6) que o policial – cuja identidade não foi divulgada – agiu em legítima defesa ao disparar contra Eyad al-Hallaq, de 32 anos. À época, o caso foi comparado ao assassinato de George Floyd, morto por um policial nos Estados Unidos.

O tribunal descreveu o incidente como um “erro trágico“, pontuando que o oficial tomou a decisão em uma fração de segundo enquanto estava em situação perigosa. Correr riscos, segundo o tribunal, “é parte integral do serviço militar“. Acrescentaram ainda que o homem agiu “de boa fé” ao atirar, uma vez que acreditava que Eyad era um agressor.

A família da vítima vem criticando a postura do Estado de Israel na investigação do caso. Após a absolvição ser anunciada, a mãe do palestino saiu chorando do tribunal. “Eu gritei histericamente por causa dessa decisão. Meu marido, eu e as duas irmãs (de Eyad) entramos em colapso“, relata. “Hoje, senti que ele foi morto mas uma vez“.

A mulher descreveu o filho como “obediente“, e contou que ele conseguia entender e interagir com as pessoas ao seu redor, mas ficou “aterrorizado” quando quatro policiais israelenses correram atrás dele. “Nossas vidas viraram de cabeça para baixo desde a morte do Eyad. Eu durmo no quarto dele todos os dias e olho para a foto dele o tempo todo. Ele era a alma da casa, para mim e para suas irmãs”, lamenta a mãe.

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O caso

Eyad al-Hallaq foi morto por um disparo de arma de fogo no dia 30 de maio de 2020. enquanto caminhava para a instituição para pessoas portadoras de necessidades especiais que frequentava.

Os policiais, que alegam tê-lo confundido com um agressor palestino, correram atrás dele e pediram que parasse. Relatos ouvidos na época do ocorrido descrevem que dois membros da polícia paramilitar da fronteira perseguiram a vítima até um quarto de entulhos e atiraram enquanto ele se encolhia ao lado de uma lixeira. Os oficiais dispararam quatro vezes, atingindo-o em duas delas.

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