Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos, tem uma reunião marcada com Benny Gantz, membro do gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. O encontro deve ocorrer nesta-segunda-feira (4), na Casa Branca, em Washington D.C..
As expectativas são de que Harris continue pressionando Israel para que chegue-se a um acordo de cessar-fogo o mais rápido possível. No último domingo (3), a vice-presidente discursou no Alabama e teceu duras críticas ao governo israelense.
“Há um acordo na mesa, como já dissemos. O Hamas precisa aceitar este acordo. Vamos obter um cessar-fogo. Vamos reunir os reféns com suas famílias e fornecer alívio imediato para as pessoas de Gaza”, disse Kamala.
Simultaneamente com o esforço em Washington, autoridades do Hamas e de Israel reúnem-se no Egito para discutir um possível cessar-fogo de seis semanas, para que os reféns em Gaza sejam soltos, em troca de centenas de prisioneiros palestinos. Além disso, propõe-se a retirada de soldados de Israel e que as vítimas deslocadas de suas casas possam retornar.
Segundo o jornal Yedioth Ahronoth, entretanto, as negociações esfriaram após o Hamas recusar-se a informar quantos reféns ainda estão vivos. O grupo afirma que, diante dos ataques israelenses ao longo da região, “é praticamente impossível saber quem está vivo”.
Discute-se a possibilidade de um acordo antes do Ramadã, cerimônia islâmica que terá seu início por volta de 10 de março. Benny Gantz demandou o retorno dos reféns antes da data, ou “a luta continuará por todos os lados, incuindo a área de Rafah”.
Críticas
A vice-presidente dos Estados Unidos afirmou a necessidade de um cessar-fogo na Faixa de Gaza por, pelo menos, seis semanas, para permitir que “os reféns sejam libertos”. Harris, em discurso no Alabama, sudeste do país, criticou como Israel vem tratando esta “catástrofe humanitária”.
“Pessoas em Gaza estão passando fome. As condições são desumanas e nossa humanidade nos obriga a agir”, disse a vice-presidente. “O governo israelense precisa fazer mais para aumentar significativamente o fluxo de ajuda. Sem desculpas”. Ela ainda afirmou que “muitos inocentes palestinos morreram”.
A vice-presidente também mencionou a abertura de fronteiras, para que sejam entregues “mais comida, água e combustível para os necessitados”, justificando que Israel impõe “restrições desnecessárias”. O tom do discurso mantém a mudança de posição dos EUA em relação ao conflito. Antigo apoiador de Israel, o presidente Joe Biden afirmou, no último dia 26, que se o país “continuar assim, perderá apoio”.
Vice-presidente dos EUA pede “cessar-fogo imediato” e cobra governo de Israel por mais ajuda humanitária em Gaza.
Kamala Harris também reiterou ‘compromisso com a segurança de Israel’.
“O Hamas é uma organização terrorista brutal que prometeu repetir o dia 7 de outubro… pic.twitter.com/Kf188V5lm8
— Metrópoles (@Metropoles) March 3, 2024