Planalto impõe sigilo sobre encontros de Bolsonaro com ‘pastores do MEC’

Escândalo no MEC resultou na exoneração de Milton Ribeiro

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O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (Crédito: Andressa Anholete/Getty Images)

O Palácio do Planalto se recusou a divulgar informações sobre reuniões e visitas dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Os líderes religiosos são apontados como personagens principais do escândalo de repasse de verba no Ministério da Educação.

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O jornal ‘O Globo’, responsável pelo pedido das informações, afirmou que o Gabinete de Segurança Institucional apresentou um parecer alegando que não pode fornecer os dados. “Do exposto, fica clara a impossibilidade do fornecimento dos dados pessoais solicitados para outros fins que não a segurança na Presidência da República”, afirmou o gabinete.

O presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte, senador Marcelo Castro (MDB-PI), questionou as motivações da presidência em decretar sigilo nos registros das visitas dos pastores ao Palácio do Planalto. “Por que decretar sigilo das reuniões com os pastores? A agenda do presidente é pública. Por que esconder? Sinceramente, nos causa espécie. É algo absolutamente inusitado, surpreendente e inesperado. Mais um gato gravíssimo acerca das denúncias de irregularidades no MEC/FNDE”, escreveu nas redes sociais.

Escândalo dos pastores no MEC

Os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos são os pivôs do escândalo no Ministério da Educação. Ambos foram apontados como os lobistas do esquema, negociando com prefeitos a distribuição de recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).

O caso ganhou enorme notoriedade após o jornal ‘Folha de S. Paulo’ divulgar um áudio no qual o então ministro Milton Ribeiro afirma privilegiar os repasses para municípios indicados pelo pastor Gilmar Santos, a pedido de Jair Bolsonaro.

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“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, diz o ministro na conversa em que participaram prefeitos e os dois religiosos. “Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, diz o ministro na conversa.

Milton Ribeiro foi exonerado do cargo de ministro da Educação uma semana após a divulgação dos áudios.

 

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