"Precisamos agir"

Após jantar de Lula com STF, Girão cobra Senado sobre independência entre Poderes

Segundo o parlamentar, a população acompanha com “crescente perplexidade” as denúncias de abusos cometidos por alguns ministros do STF

Girão cobra Senado sobre independência entre Poderes
Girão cobra Senado sobre independência entre Poderes – Créditos: Waldemir Barreto / Agência Senado

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou, em pronunciamento nesta segunda-feira (29), que o Senado precisa cumprir seu papel para defender a população e apontar o que está errado para que o Brasil volte a ter um Estado Democrático de Direito.

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Segundo o parlamentar, a população acompanha com “crescente perplexidade” as denúncias de abusos cometidos por alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Girão também criticou a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em jantar com ministros do STF, em 15 de abril, na casa do ministro Gilmar Mendes.

Fica aquela pergunta: onde é que está a independência entre os Poderes? Muita gente pergunta, a sociedade pergunta: ‘e o Senado assistindo a tudo isso?’ Precisamos agir. Na reunião, os ministros pediram ao presidente Lula que desse apoio ao STF e ajudasse na articulação para blindar o avanço de propostas no Congresso Nacional que visam a atacar o STF? É isso?“, ponderou.

O senador ainda lamentou declaração do ministro Alexandre de Moraes, que se disse preocupado com o avanço dos conservadores no Senado e com a próxima eleição para a presidência da Casa. Girão argumentou que não é competência de nenhum membro do Supremo se preocupar com as eleições no Parlamento e com a posição política de seus membros. O parlamentar também afirmou que Lula manifestou interesse em fazer novos encontros com ministros do STF, inclusive os indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

Nós vivemos a maior crise moral da nossa História, com a inversão completa de valores. Enquanto homens e mulheres de bem são perseguidos e punidos por crimes de opinião, por cumprirem seu dever, como a força-tarefa da Lava Jato, dezenas de processos de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo parlamentares, inclusive, são mantidos pelo foro privilegiado no STF há anos sem nenhum julgamento, até a sua inevitável prescrição“, disse Girão.

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*Matéria publicada originalmente em Agência Senado

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