O ex-presidente Jair Bolsonaro foi confirmado como um dos participantes de um seminário sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade da empresa Geoflorestas. O evento está programado para acontecer no dia 30 de março, na Flórida, nos Estados Unidos.
A companhia, que se autointitula uma empresa de consultoria ambiental, e dedica-se à “sustentabilidade e a boa relação entre suas atividades econômicas e o meio ambiente”. A empresa tem clientes de peso, mas o que chama a atenção é a sua ligação com o governo Bolsonaro.
Em 2021, a Geoflorestas foi responsável por injetar R$ 140 mil na reserva extrativista Chocoaré-Mato Grosso, no Pará, ao aceitar fazer parte do programa Adote um Parque criado durante a gestão do ex-presidente e coordenado pelo então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
A participação, no entanto, se torna controversa quando colocadas frente a frente com os índices de desmatamento e da falta de preocupação com o meio ambiente durante o governo Bolsonaro. Durante os quatro anos do mandato, o país atingiu recordes de destruição das florestas.
Na Amazônia, ao menos 10 mil quilômetros quadrados de vegetação foram devastados em 2022, o pior índice desde o ano de 2016. Durante todo o governo, a forma de Bolsonaro e sua equipe lidar com o meio ambiente foi motivo de críticas, especialmente pela forma como o Ibama e o ICMBio foram desarticulados e as medidas contra o desmatamento foram impedidas de avançar.
O evento também chama a atenção pela data, marcada para 15 dias depois do que o filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), afirmou que Bolsonaro estaria de volta ao Brasil. Pouco tempo depois, a publicação onde foi feita a declaração foi apagada.