Eleições Municipais

Debate em SP tem muitos personagens, mas pouca discussão de política pública

Ataques pessoais se sobressaíram a propostas para problemas reais da cidade de São Paulo; alguns candidatos criticaram clima de “baixaria”

debate
Táticas do debate para eleições municipais de SP se aproximaram do teatral – Créditos:Edson Lopes Jr./Terra

Na manhã desta quarta-feira (14), o segundo debate de candidatos a prefeitura de São Paulo reuniu Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB), Marina Helena (Novo) e José Luiz Datena (PSDB). Promovido pela FAAP, Portal Terra e Estadão, o encontro foi marcado por tentativas, ao vivo, de criar cortes para as redes sociais.

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Em termos práticos, o tempo foi uma questão, assim como o formato e as várias interrupções da plateia. Por exemplo, a entrada de cada candidato provocou uma salva palmas e, em determinados momentos, vaias. Não foram poucos os momentos em que o debate precisou ser interrompido por conta da interferência do público.

O desenrolar do evento deixou os convidados confusos – era uma proposta diferente dos debates feitos em emissoras. Conforme explicado pela jornalista e mediadora Roseann Kennedy, os 4 blocos de temas foram determinados por sorteio, e o último era tema livre. No geral, o debate mesclou sabatinas, com perguntas feitas por jornalistas e membros da FAAP. Além disso, os candidatos se enfrentaram diretamente em 3 duplas, trocadas a cada bloco.

No início, vimos titubeadas – candidatos tiraram dúvidas sobre o momento de falar e se poderiam responsder com uma pergunta. Entretanto, quando se tratou do tempo, Datena se destacou pela sua incapacidade de cumprir com o cronômetro e, ainda por cima, respeitar a mediadora.

Marçal e Boulos roubam a cena do debate

Outro destaque, tambem negativo, foi a briga protagonizada por Marçal e Boulos. O empresário acusou o professor de ser um “aspirador de pó” e de ter sido preso três vezes. Boulos, por sua vez, respondeu que ficava em dúvida se o coach era “psicopata” ou “apenas mau caráter”.

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Enquanto discutiam sobre economia, Marçal citou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiador declarado de boulos, de “quadrilheiro”. Ele emendou afirmando que o deputado faz parte da “escória da esquerda”.

Em sua réplica, Boulos comparou Marçal ao Padre Kelmon (PTB), candidato que participou das eleições presidenciais de 2022. “Você é um mentiroso compulsivo. Veio para o debate para tumultuar. Você é o Padre Kelmon dessa eleição”, disse.

Então, Marçal afirmou que iria “exorcizar o demônio” com uma carteira de trabalho. Isso pode ter representado um descumprimento das regras do debate, porque o empresário carregava consigo o documento e o mostrou para Boulos.

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Já fora da transmissão, nos bastidores, a discussão quase se tornou um confronto físico. Boulos, irritado, tentou pegar duas vezes a carteira de trabalho exibida por Marçal. Confira o momento da interação:

Em uma coletiva de imprensa realizada ao final do debate, Boulos, Nunes e Tabata criticaram, individualmente, o nível de “baixaria” que se tornou o evento. Marçal, por sua vez, afirmou que encara a situação como um “embate” ao invés de um debate. “Estão mexendo com o cara errado. Nunca vou começar um ataque, mas vou terminar todos. Não aceito comunista nessa cidade”, disse.

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