braço direito do presidente

Delação de Mauro Cid tem 50 páginas e seis anexos; saiba mais

Em todos os anexos, o tenente-coronel cita Jair Bolsonaro como articulador ou responsável

A delação premiada do tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, realizada ao longo de três dias, no final de agosto, pela Polícia Federal e homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, segundo fontes, tem 50 páginas e é dividida em seis anexos e cinco temas: plano do golpe, 8 de janeiro, joias sauditas, gabinete do ódio e falsificação de carteiras de vacinação.
(Créditos: TV Câmara/Reprodução)

A delação premiada do tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, realizada ao longo de três dias, no final de agosto, pela Polícia Federal e homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, segundo fontes, tem 50 páginas e é dividida em seis anexos e cinco temas: plano do golpe, 8 de janeiro, joias sauditas, gabinete do ódio e falsificação de carteiras de vacinação. Em todos os anexos, o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, é citado como articulador ou responsável.

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Golpe

No registro, Cid afirma que, das três vertentes das Forças Armadas, apenas o comandante da Marinha, Almir Garnier Santos apoiava os planos antidemocráticos. O depoimento do braço direito do ex-presidente também possui detalhes de mais de uma reunião com teor golpista, assim como da minuta do golpe enviada para Bolsonaro pelo ex-assessor da República, Filipe Martins, com detalhes sobre o planejamento de novas eleições e prisão de autoridades. O ex-mandatário teria, supostamente, pedido alterações no documento, mantendo a realização de outro processo eleitoral, porém, apenas com a prisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Após os protestos golpistas de 8 de janeiro de 2023, militares da reserva funcionavam como uma conexão entre Bolsonaro e os acampamentos estabelecidos nas portas de quartéis por seus apoiadores. Os agentes, segundo Cid, atualizavam o ex-presidente sobre a situação dos protestos e passavam mensagens entre os dois lados.

Gabinete do ódio

A delação pontua também a utilização de estruturas do governo para disseminar falsas informações, por meio de publicações em redes sociais e mensagens em aplicativos, sobre tanto seus adversários políticos quanto as próprias estruturas democráticas. O “gabinete do ódio” era formado por dois assessores especiais do presidente, Tércio Arnaud Tomaz José Matheus Sales Gomes, e um membro da Secretaria de Comunicação, Mateus Matos Diniz. Ainda segundo Cid, os três tinham uma relação de subordinação com o vereador Carlos Bolsonaro, filho de Jair.

A PF, ao apreender o celular do empresário Meyer Nigri, já havia descoberto provas da ligação de Bolsonaro com a formulação de ataques ao STE e STF.

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Carteira de vacinação

O ex-presidente impôs um sigilo de 100 anos sobre sua carteira de vacinação, já retirado em maio deste ano por Moraes. A confissão de Cid confirma que, tanto Jair quanto sua filha, Laura, assim como o próprio tenente-coronel, sua esposa e duas filhas, falsificaram dados de seus cartões de vacinação contra a Covid-19. Cid ainda afirma que dados falsos de Bolsonaro e sua filha foram inseridos no sistema do Ministério da Saúde dias antes de sua viagem aos Estados Unidos, no fim de 2022.

Joias

Também há detalhes sobre as operações feitas no escândalo da venda de joias, presenteadas ao Brasil pelo governo da Arábia Saudita, para benefício próprio do ex-presidente. Mauro Cid confessa que vendeu um Rolex por 35 mil dólares e repassou parte do dinheiro a Bolsonaro.

Os acusados

A defesa de Jair Bolsonaro já negou, em manifestações anteriores, todas as acusações feitas pelo tenente-coronel.

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O Exército informou que não se manifestará sobre o corrido, pois o caso é do âmbito judicial e a entidade não tem todos os dados sobre o caso.

Sobre o envolvimento e apoio do comandante Almir Garnier Santos ao golpe de estado, a Marinha divulgou nota, informando sua “missão constitucional e de seu compromisso com a sociedade brasileira” e que baseia “sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência”.

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