Pré-candidata à presidência

“É hora de colocar um adulto na sala”, diz Tebet sobre polarização política

“É hora de lembrar que Presidência da República é lugar de coisa séria, de dar exemplo para esta e as próximas gerações”, diz Simone Tebet (MDB), que em entrevista exclusiva ao site Perfil Brasil, falou da luta para manter seu nome na disputa.

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(Crédito: Divulgação)

Os desafios de ser mulher e ainda ter “a ousadia”, em um meio tipicamente masculino, de concorrer à Presidência da República. Esta é a luta da senadora Simone Tebet (MDB-MS), que esteve em nosso estúdio para uma entrevista exclusiva ao site Perfil Brasil. “É preciso matar um leão por dia. Mulher tem que passar pelo buraco da fechadura da porta e ainda provar que tem capacidade, mesmo com as mesmas qualificações de um homem”, afirma.

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No início desta entrevista, lembrei nosso primeiro encontro (virtual), quando ela era uma combativa senadora na CPI da Pandemia, em 2021.  A atuação cirúrgica de Tebet nos questionamentos aos depoentes trouxe reviravoltas e descobertas importantes: Foi ao responder a um questionamento da senadora que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) revelou à CPI que o presidente Jair Bolsonaro (PL) citou nominalmente o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), ao ouvir denúncias de irregularidades na compra da vacina Covaxin.

“Eu sofri misoginia! Outros atacavam as autoridades e eu que fui considerada desequilibrada por um ministro da Justiça… Outro, achou que tinha o direito de apontar o dedo pra mim… E, da forma como veio, levou“, lembra.

A senadora falou ainda dos desafios  dentro do próprio partido e da falta de apoio da chamada “ala lulista” da sigla. Vale lembrar que, na última segunda-feira (18), às vésperas da convenção que deve oficializar o nome de Tebet (27.07), representantes do MDB de 11 estados formalizaram apoio à candidatura do ex-presidente Lula (PT) – ainda no primeiro turno –  em reunião na zona sul de São Paulo. Caciques do partido defendem o desembarque da candidatura, caso ela não decole nas pesquisas. Tebet tem 1% das intenções de voto, segundo o último levantamento do Datafolha. Em rápida reação, dirigentes de 19 estados reiteraram, em nota, apoio à senadora. Texto assinado também pelo presidente do Partido, Baleia Rossi (SP).

“Convenção está chegando e eu até vi, e quero fazer uma justa homenagem, a um candidato à Presidência da República que disse exatamente isso quando foi perguntado sobre o MDB. Ele disse: ‘alguns falam que são contra o fascismo, mas não deixam de cometer um fascismo contra a pré-candidata Simone Tebet, impedindo e querendo boicotar a candidatura dela, mesmo internamente”, lembrou a senadora.

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A fala foi de Ciro Gomes, candidato à presidência pelo PDT, que, junto com Tebet, viralizou nas redes sociais por um cumprimento amigável em encontro de adversários na Bahia, em meio à violência que tomou conta do cenário eleitoral deste ano.

Sobre essa polarização raivosa em torno dos nomes de Lula e Bolsonaro, ela é enfática: “É uma cortina de fumaça e um se alimenta da narrativa do outro pra tampar o sol com a peneira sem apresentar ao Brasil o programa de governo… Precisamos falar menos de Lula e Bolsonaro. Essa polarização de ódio está levando o Brasil para um abismo. Ninguém discute o problema da fome, da miséria, do desemprego, da desigualdade social, das crianças que na pandemia ficaram fora da sala de aula e estão com atraso na alfabetização, do desmonte da questão ambiental”, reflete Tebet.

Para a senadora, o Brasil precisa de maturidade e ponderação para enfrentar o momento atual: “É hora de colocar um adulto na sala. É isso que quero levar, inclusive, para os nossos debates. Quando estiver um se confrontando com o outro, quero lembrar que presidência é coisa séria, lugar de dar exemplo, lugar de ser referência”, afirma.

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Confira a entrevista completa!

 

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