Nesta semana, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), divulgou novos nomes que integrarão a equipe de transição de governo. Dos nomes anunciados, chamou atenção a figura de Guido Mantega, o mais longevo ministro da Fazenda do país.
Mantega foi ministro da Fazenda durante oito anos nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef, além de comandar o Ministério do Planejamento entre 2003 e 2004. Ele também ocupou várias posições na área econômica, como a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Seu comando na Fazenda, durante o primeiro mandato do governo Dilma, foi marcado por algumas polêmicas. Nessa época, executou a “nova matriz econômica”, um modelo que, segundo alguns economistas, foi a causa da crise econômica de 2014.
Em entrevista concedida ao Estadão, no início deste ano, Guido admitiu ter cometido erros na condução da política econômica nos governos petistas. Ele citou como exemplo negativo de seu trabalho a intervenção do governo no setor de energia para reduzir a tarifa da eletricidade.
Agora, o ex-ministro voltou ao cenário político após ser anunciado como integrante do grupo de trabalho da transição na área de planejamento, orçamento e gestão. Porém, o trabalho de Mantega no governo de Lula deve se manter na equipe de transição. O economista já confirmou que não será ministro no novo governo.
“O grupo de transição é para ajudar o novo governo a poder governar. As pessoas que estão lá não são um grupo ministerial. Não serei ministro, fico na retaguarda ajudando, e acredito que vários na transição não serão ministros”, afirmou em entrevista hoje à GloboNews.
“Já fui ministro do Planejamento, da Fazenda, e não pretendo ser mais ministro. Eu saio dessa vanguarda e fico na retaguarda, ajudando com conselhos e tudo mais”, completou.
Em outro ponto da entrevista à GloboNews, Mantega minimizou a pressa do mercado pela definição dos ministros da área econômica. Segundo ele, “o mais importante não é definir o ministro, mas é definir a política econômica.”