DISPUTA À PREFEITURA

Eleições em SP: O que cada candidato pensa sobre o funk?

A adição do funk ao cenário eleitoral em São Paulo revelou muito sobre a importância deste gênero musical na cultura e política brasileiras

A adição do funk ao cenário eleitoral em São Paulo revelou muito sobre a importância deste gênero musical na cultura e política brasileiras
A adição do funk ao cenário eleitoral em São Paulo revelou muito sobre a importância deste gênero musical na cultura e política brasileiras – Crédito: Canva Fotos

Em 2023, seis funkeiros estiveram entre os top 10 da YouTube. No mês passado, nove dos dez artistas com vídeos mais vistos na plataforma eram do funk. Este gênero musical, que nasceu em comunidades predominantemente pretas, pobres e periféricas, tem gerado discussões acaloradas e até entrado na corrida eleitoral. Um exemplo recente é a presença de Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo, em um evento da produtora Love Funk.

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Marçal compareceu ao evento no dia 16 de agosto, ao lado de Henrique Viana, conhecido como Rato da Love. Vídeos do evento circularam nas redes sociais, gerando críticas e polêmicas sobre o apoio ao funk. Mais vídeo polêmico foi aquele em que Marçal caracteriza o estilo musucal como “drive mental para psicopatas e assassinos“.

Como o Funk passou a fazer parte das eleições?

A adição do funk ao cenário eleitoral em São Paulo revelou muito sobre a importância deste gênero musical na cultura e política brasileiras. Rodrigo Oliveira, dono da produtora GR6, também se envolveu na questão ao elogiar Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito e candidato à reeleição. Isso levantou a pergunta: qual é a verdadeira intenção dos candidatos quando se aproximam do mundo do funk?

Thiago Souza, especialista no tema e doutorando pela Universidade de São Paulo (USP), esclarece que, historicamente, o funk sempre teve uma crítica política e uma consciência racial herança do hip hop. Entretanto, misturas políticas com a direita não são novidades no mundo do musical.

O que dizem as produtoras?

A GR6 e a Love Funk têm posições ligeiramente diferentes sobre esse cenário eleitoral. A GR6, por exemplo, destaca que respeita a opinião individual de seus artistas, mas não tende a prestar apoio a nenhuma candidatura. Já Henrique Viana, dono da Love Funk, explicou que o evento com Marçal não significava um apoio oficial. “Estamos abertos para todos que quiserem vir”, afirmou ele.

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Renata Prado, dançarina, pesquisadora e fundadora da Frente Nacional de Mulheres no Funk, observou que a aproximação ao funk durante o período eleitoral é uma estratégia para angariar votos. Ela enfatiza que a juventude deve apoiar políticos que pensam em políticas públicas sustentáveis e não apenas em oferecer shows temporários.

Qual é a repercussão entre os artistas ?

Artistas importantes do gênero, como Hariel, Filipe Ret, Mano Brown e Djonga, também têm se manifestado sobre a politização do estilo musical. Muitos deles acreditam que é necessário repensar o papel da segurança pública quando o assunto é o funk. Isso porque, segundo Renata Prado, “não adianta oferecer shows e depois mandar a polícia nos fluxos, resultando em mortes”.

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