ATOS GOLPISTAS

Em reunião com ministros, Bolsonaro pede ação antes das eleições

Gravação estava em computador de Mauro Cid, ex-ajudante de Bolsonaro

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Reunião ocorreu em julho de 2022 – Crédito: Reprodução

Um vídeo da reunião do ex-presidente Jair Bolsonaro com ministros foi divulgado pelo site do STF. O grupo discute, segundo a Polícia Federal, uma dinâmica golpista. A gravação foi encontrada no computador apreendido de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. É o registro de um encontro no Palácio da Alvorada no dia 5 de julho de 2022.

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Vale lembrar, no entanto, que Cid firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal, já homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O que diz Bolsonaro no vídeo?

O ex-presidente  aparece dizendo a ministros que era necessário agir antes das eleições para que o Brasil não virasse “uma grande guerrilha”. O vídeo foi divulgado, inicialmente, pela jornalista Bela Megale, do jornal O Globo.

A gravação da reunião tornou-se uma das peças que podem embasar a operação da PF contra militares e ex-ministros que estão sendo investigados, sob suspeita de participarem de uma tentativa de golpe de Estado.

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Em outro ponto da reunião, o ex-presidente pede aos ministros e assessores  a redação de um documento que afirmasse ser impossível “definir a lisura das eleições”. Pediu, ainda, que o documento incluísse elementos externos, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

“Nós não podemos, pessoal, deixar chegar as eleições e acontecer o que está pintado, está pintado. Eu parei de falar em voto imp… eleições há umas três semanas. Vocês estão vendo agora que… eu acho que chegaram à conclusão. A gente vai ter que fazer alguma coisa antes.”

Em outro trecho divulgado pelo Supremo, o ex-presidente diz: “O TSE cometeu um erro ao convidar as Forças Armadas para participarem da comissão de transparência eleitoral (…) Eles se esqueceram de que sou o chefe supremo das Forças Armadas?”

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Uma das principais declarações foi do ex-ministro General Augusto Heleno. Ele comandou o Gabinete de Segurança Institucional durante o governo Bolsonaro. Ele disse que se “tiver que virar a mesa é antes das eleições”. Disse, ainda, que era necessário agir “contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas”.

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