O Exército, por intermédio da Comissão de Promoções de Oficiais (CPO), vetou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), de concorrer ao cargo de coronel neste mês de abril, em razão de ele estar preso preventivamente desde o dia 22 de março.
De acordo com o parecer do colegiado, Mauro Cid está impedido de concorrer à promoção por merecimento por incidir em artigo da Lei de Promoções dos Oficiais da Ativa das Forças Armadas (LPOAFA).
Esta lei prevê que o militar preso cautelarmente não poderá constar de qualquer quadro de acesso, enquanto a prisão não for revogada. O resultado das promoções será divulgado em um comunicado interno no dia 29 de abril, segundo a rede CNN.
Regimento interno do Exército
Há outro motivo apresentado pela comissão para barrar Cid na fila de ascensão na carreira. De acordo com o Regulamento da Lei de Promoções dos Oficiais da Ativa das Forças Armadas, o militar fica “impedido temporariamente para a promoção, caso esteja suspenso de exercer as atividades específicas de sua arma, quadro ou serviço, mesmo em caráter provisório”.
A promoção do ex-ajudante de ordens, alvo de diversas investigações, já era considerada improvável pela cúpula do Exército, ainda que ele fosse mantido na disputa pelo cargo de coronel. A decisão da comissão, contudo, tira do tenente-coronel até mesmo a chance de concorrer.
Mauro Cid está preso desde 22 de março no Batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, depois que a revista Veja divulgou áudios em que o militar faz críticas à Polícia Federal e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Flávio Bolsonaro acredita no Mauro Cid que disse que puseram em sua boca coisas que ele não disse, e não no Mauro Cid que delatou o golpe e que voltou a delatar.
— Blog do Noblat (@BlogdoNoblat) April 9, 2024