O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) denunciou ao Conselho de Ética do Senado, nesta segunda-feira (06), o líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). A denúncia ocorreu por um episódio que aconteceu na semana passada, no qual Randolfe tomou o celular do youtuber Wilker Leão.
Esse mesmo youtuber ficou famoso ao chamar o ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), de “tchutchuca do centrão”, em agosto do ano passado.
Se acatada a denúncia de Flávio pelo Conselho, em última instância, a penalidade mais grave pode ser a recomendação da cassação do mandato. O Conselho de Ética do Senado, porém, não se reúne desde o final de 2019, antes do início da pandemia de Covid-19.
De acordo com reportagem da CNN, no documento protocolado por Flávio, ele pede que a Mesa declare a conduta de Randolfe “incompatível com o decoro parlamentar e com a compostura pessoal”.
“Conforme é possível verificar do teor vídeo, o denunciado, com o propósito de coibir violentamente a liberdade de expressão de pessoa que o questionava sobre sua atuação parlamentar, empregou tamanha violência- a ponto de o ofendido não possuir mais meios de oferecer resistência física – para então se assenhorar de forma ilegítima de seu aparelho smartphone”, escreveu Flávio.
ENTENDA A CONFUSÃO
De acordo com a CNN, Leão questionou Randolfe sobre um projeto de autoria do senador que, segundo ele, busca “criminalizar o assédio político”. O senador negou que fosse de sua autoria e criticou o terrorismo, citando os atos criminosos de 8 de janeiro. Eles conversaram entre si sobre política sem exaltações.
Randolfe entrou em dos elevadores que levam até o gabinete. Diante da continuidade de questionamentos do youtuber, Randolfe saiu ao ver que Leão também pretendia subir com ele. Um segurança que presta serviço para o Senado barrou o youtuber, que não tinha identificação da Casa.
Quando Randolfe estava saindo do elevador, Leão falou “vamos terminar aqui para a gente perguntar algumas questões”. Randolfe também fala: “gente, vamos terminar”, “deixa eu terminar aqui”, e, em seguida, coloca a mão no celular de Leão.
As imagens divulgadas pelo youtuber não mostraram exatamente o que aconteceu nos momentos seguintes. No entanto, em um vídeo gravado após o episódio, Leão disse que uma mulher devolveu o celular para ele minutos depois.
Após o episódio, o youtuber disse não ter certeza se Randolfe seria mesmo o autor do suposto texto sobre assédio político. O texto ao qual ele se refere é o PL 2864/2022, de autoria de Randolfe. Entre outros pontos, o projeto propõe a eventual condenação por “assediar alguém publicamente, de forma violenta ou humilhante, premido por inconformismo político, partidário ou ideológico”.
Em um dos estacionamentos do Senado, próximo onde aconteceu a discussão dentro da Casa, houve mais confusão entre Leão e policiais legislativos. Filmando a cena, o youtuber chegou a correr dos policiais, mas parou quando foi cercado por agentes com armas de eletrochoque nas mãos. Ele foi conduzido para prestar esclarecimentos e depois liberado.
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