Um grupo de indígenas apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiu a área de embarque do Aeroporto Internacional de Brasília na tarde desta sexta-feira (2). O grupo gritava palavras de ordem contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A PF (Polícia Federal), a PM-DF (Polícia Militar do Distrito Federal) e a segurança do terminal aéreo acompanharam o desdobramento dos atos. O Corpo de Bombeiros do DF também foi acionado.
“A operação segue normal e está concentrada em uma outra sala de embarque do terminal”, informou em nota a Inframerica, responsável pela administração do aeroporto. “Dois voos registraram atraso devido à manifestação. Não há cancelamentos. As operações seguem normalmente”, completou.
Os indígenas, que fazem parte de grupos do povo Xavante, de Mato Grosso, e Kaiapó, do sul do Pará, são vinculados ao acampamento em frente ao QG do Exército, onde manifestantes pedem intervenção federal e protestam contra o resultado das eleições presidenciais.
A manifestação também teve a participação de não indígenas, que vestem camisetas da Seleção Brasileira. Eles exibem cartazes contra a censura e com a frase: “Mundo, o Brasil pede socorro”. Os escritos foram registrados em português e inglês. “Imprensa corrupta não mostra a verdade para o mundo”, assinala um deles.
Alguns dos alvos dos atos antidemocráticos em Brasília são os ministros Alexandre de Moraes, relator de processos que têm como alvos apoiadores, funcionários e filhos de Bolsonaro, e Edson Fachin, que, ao declarar a incompetência da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR), anulou em 2021 as ações penais contra o petista por não se enquadrarem no contexto da operação Lava Jato, que havia tornado Lula inelegível.