No cenário agitado das eleições municipais de São Paulo, Pablo Marçal, candidato à prefeitura pelo PRTB, se vê no centro de uma controvérsia. No último sábado (5), ele afirmou categoricamente não ter envolvimento com um laudo polêmico postado em seu perfil no Instagram. Este documento, cuja autenticidade foi desmentida pela perícia da Polícia Civil, associava seu adversário Guilherme Boulos ao uso de substâncias ilícitas.
Em um encontro com a imprensa, Marçal explicou que recebeu o documento e, sem verificar sua veracidade, decidiu publicá-lo. Ao ser questionado sobre a falta de confirmação da autenticidade do laudo, sua resposta foi clara: “quem postou verificou“. Ele ainda indicou que todas as dúvidas deveriam ser direcionadas ao seu advogado, Tassio Renan, responsável pela divulgação do laudo.
Abuso de poder e as implicações para Marçal
A decisão de postar o documento sem comprovação trouxe sérias consequências. O uso de documentos falsificados durante uma campanha eleitoral é visto como uma violação grave, com possíveis repercussões no âmbito eleitoral, cível e criminal. A defesa de Guilherme Boulos destacou a gravidade da situação, sinalizando que Marçal enfrentará processos legais em diferentes esferas.
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que as ações de Marçal podem não apenas afetar seu mandato se for eleito, mas também torná-lo inelegível para futuras disputas políticas. Mesmo sem uma tipificação específica para “fake news“, Marçal pode ser julgado por abuso de poder político e econômico, crimes que teriam sido cometidos durante sua campanha.
Justiça age em caso de fake news
Após a publicação do laudo, a Justiça determinou a suspensão do perfil de Marçal no Instagram. Esta ação foi tomada para evitar a disseminação de informações falsas que poderiam impactar o resultado eleitoral. Não obstante, em uma tentativa de contornar a situação, Marçal abriu uma nova conta na mesma rede social, que também foi suspensa em pouco tempo, conforme determinou o juiz Rodrigo Capez.
Resposta à suspensão de suas redes
Em uma mensagem à imprensa, Marçal expôs seu descontentamento com a situação, classificando a decisão judicial como “desproporcional” e “claramente política”, acusando seus adversários de tentarem silenciá-lo. Apesar da interrupção em suas redes sociais, o candidato garantiu que continuará buscando maneiras de levar suas propostas ao público.
Com as eleições municipais se aproximando, resta saber como a situação de Pablo Marçal, agora envolvido em uma polêmica de grandes proporções, irá evoluir e de que forma isso pode impactar o cenário eleitoral de São Paulo em 2024.