POVOS ORIGINÁRIOS

Marco temporal: Congresso derruba veto de Lula

Na Câmara, foram 321 votos para derrubar os vetos do Executivo e 137 favoráveis à manutenção; já no Senado, 53 votaram contra o governo e 19 a favor

Marco temporal: Congresso derruba veto de Lula
Parlamentares da base governista se posicionam contra a derrubada do veto ao marco temporal – Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado

O Congresso derrubou 41 dos 47 vetos que o presidente Lula havia imposto à lei do marco temporal, aprovada em setembro. Com isso, está valendo a regra de que os indígenas só têm direito a terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da atual Constituição.

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A lei prevê outras mudanças que afetam os indígenas, além do marco temporal. Foram 321 votos de deputados para derrubar os vetos de Lula e 137 favoráveis à manutenção. Já no Senado, 53 votaram contra o governo e 19 a favor.

Alguns dos trechos criam regras inéditas, como a facilitação da exploração econômica das terras sem consentimento dos povos originários, além de dificultar novas demarcações e ameaçar as áreas já consolidadas.

Com tais mudanças aprovadas pelo Congresso, a proteção às terras indígenas fica mais frágil do que na gestão dos governos anteriores, desde 1988: Jair Bolsonaro (2019-2022), Michel Temer (2016-2018), Dilma Rousseff (2011-2016), Lula (2003-2010), FHC (1995-2002), Itamar Franco (1992-1995), Fernando Collor (1990-1992) e José Sarney (em 1988, no último ano).

Apenas seis vetos de Lula foram acatados pelos parlamentares. Esses trechos permitiam o cultivo de transgênicos em terras indígenas, enfraqueciam a proteção a povos isolados e previam a perda do território em caso de “alteração dos traços culturais da comunidade indígena”. Porém, todos perderam a validade, já que o Congresso aceitou o não do presidente da República.

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O governo informou que irá ao STF contra a lei. Em nota enviada ao portal UOL, o Ministério dos Povos Indígenas afirma que vai acionar a principal Corte do país para garantir a validade da decisão tomada pela Corte, em setembro, que declarou inconstitucional a tese do marco temporal.

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