8 de janeiro

Moraes e Dino votam a favor de tornar Bolsonaro e aliados réus; restam 3 votos para a decisão final

O relator do inquérito, Alexandre de Moraes, apresentou seu voto, que durou quase duas horas, para aceitar a denúncia contra Bolsonaro
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) – Crédito: Antônio Augusto / Secom / TSE

O Supremo Tribunal Federal (STF) está atualmente envolvido em um caso de grande repercussão que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e vários de seus aliados. O relator do inquérito, Alexandre de Moraes, e o Ministro do STF, Flávio Dino, apresentaram seus votos. O tempo de fala de Mores, que durou quase duas horas, foi favorável para aceitar a denúncia contra oito indivíduos considerados parte do “núcleo crucial” de uma tentativa de golpe. Este grupo inclui figuras proeminentes como o próprio Bolsonaro e ex-ministros de seu governo. Em sua fala, Dino afirmou que “a denúncia possui os atributos fundamentais da materialidade e viabilidade” para tornar a acusação válida.

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A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e está sendo analisada pelo STF para determinar se há elementos suficientes para transformar os acusados em réus. A decisão de aceitar ou não a denúncia não implica em condenação, mas sim na abertura de um processo penal onde as acusações serão investigadas mais a fundo.

Quais são as acusações contra Bolsonaro e seus aliados?

A PGR acusa Bolsonaro e seus aliados de formarem uma organização criminosa com o objetivo de desestabilizar o Estado Democrático de Direito no Brasil. As acusações incluem tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, formação de organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Cada uma dessas acusações traz penas que variam de alguns meses a mais de uma década de prisão.

Segundo a denúncia, Bolsonaro teria liderado uma campanha para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, utilizando-se de “milícias digitais” e do chamado “gabinete do ódio” para disseminar notícias falsas. Além disso, a PGR aponta que houve uma tentativa de envolver as Forças Armadas em ações ilegais para apoiar a narrativa de fraude eleitoral.

Como o STF está conduzindo o processo?

O STF está atualmente na fase de análise da denúncia, onde verifica se a mesma atende aos requisitos legais para ser aceita. Nesta etapa, não se discute a culpabilidade dos acusados, mas sim se há indícios suficientes para justificar a abertura de um processo penal. A decisão do STF nesta fase é crucial, pois determinará se os acusados se tornarão réus e enfrentarão um julgamento completo.

Durante o julgamento, tanto a PGR quanto as defesas dos acusados têm a oportunidade de apresentar seus argumentos. A defesa de Bolsonaro, por exemplo, argumenta que não há documentos que comprovem a participação direta do ex-presidente nos crimes apontados.

Quais são os próximos passos no processo?

Se o STF decidir aceitar a denúncia, Bolsonaro e seus aliados se tornarão réus e o processo penal terá início. Durante o processo, as partes poderão apresentar provas e testemunhas, e o tribunal avaliará a culpabilidade dos acusados. Caso sejam considerados culpados, as penas serão aplicadas conforme a gravidade dos crimes.

Além disso, tanto a PGR quanto os acusados têm o direito de recorrer das decisões tomadas durante o processo. Isso inclui a possibilidade de solicitar esclarecimentos ou contestar aspectos específicos das decisões do STF.

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