Caso Marielle

Moraes retira sigilo de delação de Ronnie Lessa

Em seu depoimento, que durou cerca de duas horas, Lessa descreveu o planejamento do crime e os benefícios que esperava obter com a execução

A defesa de Lessa solicita que ele seja transferido para a Penitenciária II, com melhores condições de tratamento para presos de seu perfil
A defesa de Lessa solicita que ele seja transferido para a Penitenciária II, com melhores condições de tratamento para presos de seu perfil – Crédito: Reprodução / TV Globo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decretou a retirada do sigilo dos documentos da delação premiada de Ronnie Lessa, incluindo vídeos. Lessa, ex-policial militar, é um dos condenados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Publicidade

Em seu depoimento, que durou cerca de duas horas, Lessa descreveu o planejamento do crime e os benefícios que esperava obter com a execução, afirmando que acreditava que a proposta criminosa seria o “negócio da vida dele”.

Além disso, Moraes também autorizou a transferência do preso para o complexo penitenciário de Tremembé, em São Paulo. As informações são do blog da jornalista Julia Duailibi.

Atualmente, Ronnie Lessa está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, desde março de 2019. Ele confessou os crimes em delação premiada, fornecendo detalhes do planejamento e execução do assassinato.

No texto da decisão, Moraes afirmou: “[Determino] a transferência do colaborador Ronnie ao Complexo Penitenciário de Tremembé/SP, observadas as regras de segurança do estabelecimento prisional, mediante monitoramento das comunicações verbais ou escritas do preso com qualquer pessoa estranha à unidade penitenciária, inclusive com monitoramento de visitas, enquanto não encerrada a instrução processual em curso”.

Publicidade

Moraes destacou que os benefícios da colaboração premiada dependem da eficácia das informações prestadas por Lessa, ressaltando que “uma vez que trata-se de meio de obtenção de prova, a serem analisadas durante a instrução processual penal”. No entanto, ele considera que isso não impede a transferência provisória solicitada.

O que já se sabe da delação de Ronnie Lessa?

Os mandantes seriam, segundo Lessa, Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão. Lessa disse que como pagamento, os Brazão ofereceram a ele e um de seus comparsas, o Macalé (apelido do ex-PM Edimilson de Oliveira) um loteamento clandestino na Zona Oeste do Rio, avaliado em milhões de reais.

“Era muito dinheiro envolvido. Na época, daria mais de 20 milhões de dólares. A gente não está falando de pouco dinheiro […] ninguém recebe uma proposta de receber dez milhões de dólares simplesmente para matar uma pessoa”, disse.

Publicidade

Durante o segundo depoimento, ele afirmou que não era “um matador de aluguel”. “Fui contratado para ser sócio e ocupar a área“.

Lessa afirmou ter participado do planejamento para assassinar Regina Céli, então presidente da escola de samba Salgueiro, como parte de sua contratação junto à equipe de policiais ligados ao bicheiro Bernardo Bello. No entanto, ele disse ter adiado o homicídio para evitar prejudicar sua participação no assassinato de Marielle, que prometia grandes ganhos financeiros.

Publicidade

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.