Após morte por fake news

“Não há democracia ou dignidade sem regulação das redes sociais”, diz ministro Silvio Almeida

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania comentou em suas redes neste sábado (23) o caso de suicídio da jovem Jéssica Canedo

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Silvio Almeida e Jéssica Canedo – Crédito: Valter Campanato/ Reprodução

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, afirmou neste sábado (23) que “não há falar-se em democracia ou mesmo em dignidade” se não houver a regulação das redes sociais. O ministro repercutia o caso da jovem que morreu depois de ser alvo de fake news. Almeida defendeu a responsabilização tanto de quem propaga conteúdos falsos como das empresas responsáveis pelas redes sociais.

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Para o ministro, o caso envolve questões de saúde mental, mas também questões de natureza política. “A irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos (alguns envolvidos na politica institucional) nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável“, escreveu no X, antigo Twitter.

Por isso, volto ao ponto: a regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório, sem o qual não há falar-se em democracia ou mesmo em dignidade. O resto é aposta no caos, na morte e na monetização do sofrimento“, concluiu.

Almeida também republicou no X uma publicação do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do projeto de lei das fake news, favorável à regulação das redes no país. O deputado ressalta que a questão de regulação das redes não é um debate da “esquerda ou direita, mas da civilização“.

Há que se solucionar a grande questão: as plataformas não são neutras, os algoritmos premiam o extremo, o grotesco, a destrutivo, o aberrante, o caótico. E isso é pago! Há gente lucrando com a degeneração da sociedade. Isso traz o cerne do problema: seremos reféns da ganância das Big Techs ou lutaremos por uma sociedade menos tóxica e regularemos as plataformas? Mudar o regime de responsabilidade das plataformas digitais é um imperativo político e até moral que o Congresso deve enfrentar“, argumentou.

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A estudante Jéssica Canedo, de 22 anos, passou a sofrer ataques pela internet após ser falsamente apontada por páginas de fofoca como novo romance do humorista Whindersson Nunes. O humorista chegou a se pronunciar, afirmando que a informação era falsa. A família dela informou que Jéssica sofria de depressão.  Ela faleceu na última sexta-feira (22).

*sob supervisão de Camila Godoi

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