INCONSTITUCIONAL

PF encontra na casa de Anderson Torres minuta para Bolsonaro mudar resultado da eleição

O documento foi localizado em um armário durante busca e apreensão realizada nesta terça-feira (10).

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Anderson Torres (Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

A Polícia Federal encontrou uma minuta na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, para instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O objetivo era mudar o resultado da eleição, vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

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Localizada em um armário durante a busca e apreensão realizada nesta terça-feira (10), a proposta de decreto parece ter sido organizada após as eleições, em outubro de 2022. Tal documento é inconstitucional.

De acordo com o artigo 136 da Constituição, o presidente da República pode decretar o estado de defesa “em locais restritos e determinados” para “preservar ou prontamente restabelecer” a ordem pública ameaçada “por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza”. O ato sobre o estado de defesa tem de ser enviado ao Congresso em 24 horas e ser submetido à aprovação por maioria absoluta.

Torres foi exonerado da Secretaria de Segurança Pública do DF no domingo (08), horas após a invasão e destruição das sedes dos Três Poderes por bolsonaristas. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão de Anderson na última terça-feira (10) sob alegação de que o ex-secretário foi omisso ao não tomar medidas adequadas para impedir a invasão, já que os atos eram previstos. 

Em entrevista à CNN, Rodrigo Rocca, advogado de Torres, afirmou que não há previsão para o retorno de seu cliente ao Brasil, mas que a ordem de prisão contra ele será cumprida “o quanto antes”.

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Aliado de Bolsonaro, Torres, no dia do ataque, quando ainda era secretário de Segurança do Distrito Federal, estava de férias nos Estados Unidos. Nas redes sociais, ele disse que a viagem já estava planejada e chamou de absurda a relação dele com os crimes contra a ordem democrática.

 

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