A polícia federal irá encaminhar um pedido para a Argentina extraditar para 65 brasileiros que fugiram para o país depois de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, confirmou ao G1 que a lista será enviada ao país vizinho na próxima semana.
O governo argentino, por sua vez, afirmou à CNN que já está ciente da presença dos condenados e investigados no país. Auxiliares do presidente Javier Milei afirmaram que o país vai analisar os pedidos quando recebê-los. A elaboração do processo se dará em articulação com o Ministério de Relações Exteriores e o Supremo Tribunal Federal.
“Não queremos criminosos no país”, disse a fonte do governo argentino ouvida pela emissora, enfatizando que os refúgios serão negados a condenados em última instância. “Se uma pessoa assassinou alguém, vamos extraditar”.
Investigações indicam que os fugitivos entraram no país vizinho de diversas formas ilegais: a pé, escondidos em porta-malas de carros que atravessaram por diversas passagens de fronteira, ou de barco pelo rio Paraná.
Muitos foragidos deixaram de comparecer à Justiça, além de retirar suas tornozeleiras eletrônicas e mudar seus endereços sem avisar as autoridades.
Argentina irá extraditar os brasileiros?
A defesa de muitos dos investigados e condenados argumentam que os suspeitos sofrem de perseguição política no país. Por isso, podem emitir um pedido de refúgio, que suspende o julgamento da extradição.
As possibilidades da Argentina aceitar os casos de asilo político não são baixas, já que Milei tem sinalizado uma aproximação a Jair Bolsonaro. Em fevereiro deste ano, por exemplo, o político repostou postagens que classificavam o governo brasileiro como uma ditadura autoritária.
Além disso, o presidente argentino chegou a convidar Jair para sua cerimônia de posse antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com um dos assessores diretos de Lula, a postura da Argentina funcionará como um teste para a relação entre os dois países.