Novas regras

Secretários de segurança reagem com críticas a decreto de Lula sobre uso da força policial

O decreto publicado por Lula, que define novas regras para o uso da força por policiais, tem gerado reações contrárias entre lideranças.
Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública afirmou que decreto do presidente Lula não está de acordo com a realidade das ruas – Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O decreto publicado nesta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que define novas regras para o uso da força por policiais, tem gerado reações contrárias entre lideranças estaduais e parlamentares. Entre os críticos está Sandro Avelar, presidente do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública (Consesp) e atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, que classificou a medida como contrária à realidade nas ruas.

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“O decreto pegou a contramão, talvez por ter sido editado logo após a larga divulgação de imagens de violência policial em São Paulo. Ocorre que essas imagens são flagrantes de crimes, não têm nada a ver com o uso progressivo da força. São casos a serem resolvidos pelas corregedorias e pela justiça criminal”, afirmou Avelar à CNN.

Como a norma está sendo recebida pelos estados?

Governadores de oposição também se manifestaram. Ronaldo Caiado (União-GO), em publicação na rede social X, acusou o governo federal de engessar as forças policiais e disse que “o crime organizado celebra o grande presente de Natal recebido pelo presidente Lula”. Para ele, a proposta enfraquece a atuação policial e prioriza ações contra crimes de menor potencial ofensivo.

Já o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi categórico ao afirmar à CNN que as diretrizes do decreto são inconstitucionais. Ele questionou a interferência federal em uma área que, segundo ele, deve ser coordenada pelos estados.

No Congresso, a “bancada da bala” se organiza para reagir à medida. O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) criticou a ausência de debate público antes da publicação do texto e afirmou que o governo Lula busca “criminalizar a atividade policial”.

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O que prevê o decreto?

O decreto estabelece que o Ministério da Justiça e Segurança Pública será responsável por editar normas complementares, além de formular, financiar e monitorar ações relativas ao uso da força. Entre os pontos centrais está a determinação de que armas de fogo sejam usadas apenas como último recurso, em situações de ameaça real ou iminente.

O ministro Ricardo Lewandowski, que participou da formulação do texto, defendeu a proposta. “A proposta é que a força seja aplicada de maneira proporcional, em resposta a uma ameaça real ou potencial, priorizando a comunicação, a negociação e o uso de técnicas que evitem a escalada da violência”, disse ele.

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