![STF forma maioria para condenar réu que derrubou relógio histórico](https://brasil.perfil.com/wp-content/uploads/2024/06/relogio-dom.jpg)
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos nesta sexta-feira (28) para condenar Antonio Claudio Alves Ferreira, responsável por derrubar um relógio histórico do século XVII durante os ataques golpistas de 8 de janeiro no Palácio do Planalto.
O relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, votou pela condenação do réu pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Os ministros Flávio Dino, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso acompanharam Moraes na condenação.
Moraes sugeriu uma pena de 17 anos de prisão em regime inicial fechado, além de multa e indenização de R$ 30 milhões a ser paga em conjunto com os outros condenados. Zanin e Fachin votaram por uma pena menor, de 15 anos, enquanto Barroso discordou da acusação de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Relógio histórico
Ferreira foi o responsável por quebrar o relógio histórico desenhado por André-Charles Boulle e fabricado pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot. A obra foi trazida por Dom João VI para o Brasil em 1808, quando a Corte joanina fugiu da invasão napoleônica a Portugal.
A peça virou um dos símbolos dos atos golpistas na sede da Presidência. O relógio é feito de casco de tartaruga e com um tipo de bronze que não é fabricado há dezenas de anos. No começo de 2024, a obra foi enviada para restauro na Suíça.
Participação nos atos golpistas
Ferreira está preso desde janeiro de 2023, após participar dos ataques que depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Ele se tornou réu no STF por sua participação nesses eventos e foi investigado no inquérito sobre os ataques de 8 de janeiro.
Em junho de 2023, a Corte aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusou Ferreira de danificar o relógio histórico.
Ele foi preso em Uberlândia (MG) no final de janeiro de 2023 e permaneceu em silêncio durante o depoimento à Polícia Federal (PF). Antes de cometer o crime no Palácio do Planalto, ele residia em Catalão, interior de Goiás.
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