O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta terça-feira (2), em entrevista ao Bom Dia SP, que sua gestão não irá investir nas câmeras nas fardas de policiais militares e que elas não oferecem segurança efetiva na vida do cidadão. “A gente não descontinuou nenhum contrato. Os contratos permanecem. Mas qual a efetividade das câmeras corporais na segurança do cidadão? Nenhuma“, alegou.
No final do ano passado, Tarcísio reduziu em R$ 98 milhões os recursos destinados à pasta da Segurança Pública do estado, resultando na interrupção de investimentos em programas como o Olho Vivo, responsável pelas câmeras corporais utilizadas pela Polícia Militar.
Segundo levantamento da FGV em dezembro de 2022, o uso do equipamento nos uniformes da PM em SP evitou 104 mortes, e a letalidade dos policiais em serviço foi a menor da história no ano passado.
Os batalhões da PM de São Paulo que adotaram o sistema de câmeras corporais tiveram uma redução de 87% nas ocorrências de confronto, segundo levantamento da corporação.
O Olho Vivo foi implementado em agosto de 2020, inicialmente equipando os policiais militares com 585 câmeras acopladas aos coletes. Ao término do mandato de João Doria e Rodrigo Garcia, em dezembro de 2022, a corporação contava com 10 mil desses dispositivos à disposição.
Em entrevista, o governador também defendeu a contratação de mais policiais. De acordo com Tarcísio, o plano é ter mais cinco mil homens no Centro da capital paulista este ano e 500 viaturas atuando na região.
“Preciso investir pesado em monitoramento. Isso custa muito dinheiro. É a melhor aplicação do recurso que a gente está buscando para proteger o cidadão. Se você aumenta policiamento ostensivo, você vai fazer menos abordagem porque vai dissuadir o crime. E combinar mais investimento em iluminação pública para dissuadir o crime, porque iluminação pública afasta o criminoso“, disse.
Tarcísio afirmou que ele e outros governadores pretendem apresentar um projeto pedindo o endurecimento da legislação penal para tentar solucionar o problema. “Precisa aumentar o risco do crime. Impressiona a quantidade criminosos condenados pela Justiça soltos“.
* Sob supervisão de Lilian Coelho