fenômenos alérgicos

Calor vem e vai: saiba como as mudanças bruscas de temperatura afetam nossa saúde

De acordo com o Inmet, das oito ondas de calor que atingiram o país em 2023, sete delas elevaram os termômetros acima dos 40 ºC

Na terça, a capital paulista atingiu a marca de 37,8ºC, quase um recorde histórico. No entanto, no domingo, a temperatura começou a cair.
(Crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Na última semana, o estado de São Paulo teve dias com as maiores temperaturas do Brasil. Na terça-feira (14), a capital paulista atingiu a marca de 37,8ºC, quase um recorde histórico. No entanto, no domingo, a temperatura começou a cair. Na segunda-feira (20), o calor diminuiu ainda mais, ficando entre 23°C e 19ºC, com chances de pancadas de chuva isoladas.

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Já na cidade do Rio de Janeiro, a temperatura segue a mesma tendência. Os 41ºC registrados na última sexta-feira (17) caíram para 28°C na segunda. Em Belo Horizonte (MG), a semana também começou com máxima de 28°C e mínima de 20ºC, com um dia nublado, pancadas de chuva e trovoadas.

De acordo com o Inmet, das oito ondas de calor que atingiram o país em 2023, sete delas elevaram os termômetros acima dos 40 ºC. Apenas no mês de outubro, foram onze dias de altíssimas temperaturas, chegando a 44,3 ºC na cidade goiana de Aragarças.

Mudanças bruscas de temperatura

Embora a queda brusca de temperatura dessa semana signifique um trégua no calor, isso afeta em cheio nosso corpo e pode causar problemas de saúde. Em depoimento ao O Globlo, João Prats, médico infectologista do Hospital Beneficência Portuguesa, aponta os problemas das mudanças no clima.

“A saúde piora nessas mudanças drásticas de temperatura. Principalmente para quem tem asma, bronquite, rinite, isso desencadeia fenômenos alérgicos. Temos receptores químicos no nariz e no pulmão, e em pessoas que são mais sensíveis o frio é um gatilho de sintomas, causando uma descompensação dessas doenças”.

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De acordo com o otorrinolaringologista Paulo de Tarso Abrão, professor aposentado da Escola Paulista de Medicina-Unifesp, as baixas temperaturas são um fator agravante para infecções respiratórias, além de contribuírem para alergias. Ele explica que o frio impacta a atividade mucociliar, tornando o nariz – um órgão altamente vascularizado cuja função é aquecer e umidificar o ar – menos eficiente. Como resultado, os cílios ficam paralisados, dificultando a eliminação de substâncias agressivas ou partículas de poluição.

Abrão também ressalta que crianças até cinco anos, com sistemas imunes ainda em desenvolvimento, e idosos acima de 65 anos, com sistemas imunológicos enfraquecidos, são particularmente suscetíveis a doenças respiratórias durante períodos mais frios.

Além disso, um comportamento comum no frio, onde as pessoas tendem a se agrupar em locais fechados e mal ventilados, contribui para o aumento dos casos de doenças respiratórias. Esse fator comportamental, juntamente à melhor sobrevivência de vírus respiratórios em ambientes secos e frios, explica o aumento de casos quando as temperaturas caem.

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* Texto sob supervisão de Barbara Câmara.

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