efeito placebo

Cannabis medicinal não tem eficácia comprovada para tratar Parkinson; neurologista explica

O tema ganhou destaque nesta semana após o deputado Eduardo Suplicy revelar seu diagnóstico, além do tratamento com a substância importada

O uso da cannabis medicinal para tratar Parkinson ganhou destaque após Eduardo Suplicy revelar seu diagnóstico.
O médico explica que, entre as doenças neurológicas, a cannabis medicinal só tem efeito comprovado para o tratamento de alguns casos de epilepsia. (Crédito: Reprodução)

O uso da cannabis medicinal para tratar a doença de Parkinson ganhou destaque nesta semana após o deputado Eduardo Suplicy revelar seu diagnóstico, além do tratamento com a substância importada, que ainda não é produzida no Brasil. Segundo especialista, porém, não há comprovação da eficácia da cannabis para essa condição.

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O Brasil tem um guia para profissionais de saúde sobre como usar a cannabis medicinal, e para quais condições. Não temos evidência de literatura robusta que mostre que a cannabis é eficiente para a doença de Parkinson“, afirma o neurologista João Brainer, professor de Medicina da Unifesp e do Centro Universitário São Camilo – SP.

O médico explica que, entre as doenças neurológicas, a cannabis medicinal só tem efeito comprovado para o tratamento de alguns casos de epilepsia. “Para Parkinson, é um efeito placebo. A família [do paciente] acaba acreditando, mas infelizmente ainda não existe comprovação clínica“, diz.

À imprensa, Suplicy relatou que começou o tratamento após importar um vidro de cannabis industrializada em fevereiro. O deputado detalhou que toma cinco gotas da substância no café da manhã, cinco gotas à tarde e outras cinco no período noturno.

A condição do parlamentar está sendo tratado também com o uso do Prolopa, medicamento tradicional para a doença. “É bem provável que qualquer melhora no quadro do deputado seja pelo uso do fármaco, que tem a substância Levodopa na composição. Ela atua na reposição da dopamina, faltante no organismo do paciente com Parkinson“, pontua o neurologista.

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A Levodopa está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Brainer reforça, contudo, que o tratamento ideal para a condição vai além do medicamento, e envolve uma equipe multidisciplinar. “Por ser uma doença degenerativa, os fármacos vão ser insuficientes com o passar do tempo. É igualmente importante o acompanhamento com nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo e fonoaudiólogo“, afirma.

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