A internação do apresentador Fausto Silva, de 73 anos, preocupou espectadores e acendeu um alerta para a insuficiência cardíaca. Faustão está no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde o dia 5 de agosto, fazendo um tratamento de compensação clínica.
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Frequentemente, a síndrome da insuficiência cardíaca começa a se manifestar de maneira discreta, sendo a falta de ar o principal sintoma. “Costuma ter uma progressão lenta. No começo, a pessoa tem cansaço, fôlego curto para atividades mais intensas, como correr ou subir escadas, e depois essa falta de ar vai piorando até atrapalhar a realização de pequenos esforços, como tomar banho. Isso vai progredindo até a pessoa chegar a ter falta de ar em repouso“, explica Luiz Velloso, cardiologista dos Hospitais São Camilo e professor de Medicina do Centro Universitário São Camilo – SP.
O médico detalha que, em seu estado mais agravado, a falta de ar aparece quando o paciente está deitado ou já dormindo. Por isso, acaba acordando durante a noite e, em alguns casos, precisando dormir em uma postura mais elevada ou até sentado.
Outro sintoma marcante é a aparição de edema – ou inchaço. “Começa nos tornozelos, aparecendo ao fim do dia. Depois vai aumentando até não desaparecer mais. Podem inchar as pernas, as coxas, os genitais, pode inchar ainda o abdome por retenção de líquido“, alerta. A falta de ar também é causada pelo acúmulo de líquido no pulmão.
Em alguns casos, o paciente pode inverter o hábito urinário, ou seja, passar a urinar mais durante a noite do que ao longo do dia.
Causas
A insuficiência surge como consequência de uma ou várias doenças cardíacas, como as que afetam o músculo cardíaco ou as artérias coronárias.
“As condições de risco que aumentam a ocorrência dessas outras doenças acabam levando indiretamente para a insuficiência. A hipertensão arterial, por exemplo, é fator de risco para doença coronariana, que causa infarto. O infarto pode causar insuficiência cardíaca por lesão do músculo cardíaco“, diz Velloso.
Diabetes, níveis elevados de colesterol e o tabagismo também são considerados fatores de risco.
Tratamento
O cardiologista ressalta que o tratamento da síndrome é individualizado de acordo com o diagnóstico. Por isso é necessária a atenção ao identificar qual doença cardíaca causou a insuficiência.
“O tratamento geralmente é clínico, com uma série de recursos e medicamentos que melhoram a qualidade e a expectativa de vida do paciente. Em casos extremos, pode chegar ao transplante cardíaco“, observa.