Especialista diz que é preciso se antecipar à Ômicron e abrir mais leitos

Lígia Bahia avalia que para prevenir colapsos no sistema de saúde é preciso se “antecipar” ao novo movimento da pandemia

Especialista diz que é preciso se antecipar à Ômicron e abrir mais leitos
Para Lígia, ainda falta “coordenação, planejamento e capacidade de antecipar uma resposta” por parte dos sistemas de saúde (Créditos: Mario Tama/Getty Images)

A especialista em gestão de saúde pública da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lígia Bahia, disse à CNN nesta segunda-feira (31), que depois do Brasil ter atingido a marca de 1 milhão de casos semanais de Covid-19, ainda continua tendo uma expansão bem considerável da variante Ômicron pelo país, em especial na direção do interior.

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Para prevenir colapsos no sistema de saúde, seja em enfermarias ou nos Centros de Terapia Intensiva (CTI), a especialista diz que é preciso se “antecipar” a esse novo movimento da pandemia.

“Temos um prognóstico mais favorável, a gente imagina que já tenha platô [de casos] nas cidades, mas a Ômicron está interiorizando. Uma pandemia tem uma dinâmica. O que a gente precisa fazer é se antecipar a ela: como sabe que está se interiorizando, temos que abrir leitos nesses locais”, declarou.

Para Lígia, ainda falta “coordenação, planejamento e capacidade de antecipar uma resposta” por parte dos sistemas de saúde. Porém, a responsabilidade não recai sobre os profissionais que estão trabalhando na linha de frente. “A gente gastou mais, houve mais recursos, mas pouca expansão da oferta de recursos públicos para a saúde. Isso é ruim para o Brasil”, afirmou.

Ela ainda analisa existir uma “emergência” em como o país deve  “entrar em uma estrada que nos leve para o melhor sistema público de saúde”. Em seus entendimentos, não tem esse movimento por parte das autoridades públicas.

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“O problema não é a pandemia, é o dia a dia, pessoas que enfartam, quebram braço, ações simples que necessitam de atendimento de urgência e emergência. Em sua maioria, as emergências estão muito precárias. Os profissionais estão exaustos, muitos sequer recebem salário no dia certo”, disse.

“É perigoso hoje a gente sofrer um acidente e sermos atendidos nas emergências públicas do Brasil, e isso já foi diferente”, declarou.

Segundo dados divulgados pela Fiocruz no dia (26) de janeiro, o último boletim disponível,6 estados e o Distrito Federal haviam passado dos 80% ou mais dos leitos de UTI ocupados. De acordo com o G1, a pior taxa está no DF, com índice de 98%. O crescimento em pontos percentuais foi visto também no Amapá. 12 estados ficaram na zona de alerta intermediário, e somente 8 não entraram na zona de alerta.

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Estados com ocupação crítica nos leitos de UTI:

Distrito Federal (98% de ocupação)

Rio Grande do Norte (83% de ocupação)

Goiás e Piauí (82% de ocupação)

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Pernambuco (81% de ocupação)

Espírito Santo e MAto Grosso do Sul (80% de ocupação)

Estados com nível de alerta intermediário na ocupação dos leitos de UTI:

Mato Grosso (78% de ocupação)

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Tocantins (77% de ocupação)

Pará (76% de ocupação)

Amazonas e Ceará (75% de ocupação)

Roraima (70% de ocupação)

Amapá (69% de ocupação)

Bahia (67% de ocupação)

São Paulo (66% de ocupação)

Rondônia (65% de ocupação)

Rio de Janeiro (62% de ocupação)

Paraná (61% de ocupação)

Amazonas, Bahia, Ceará, Pará, Roraima e Tocantins já estavam com alerta intermediário. 

Estados fora da zona de alerta:

Rio Grande do Sul e Maranhão: 57%

Alagoas e Santa Catarina: 53%

Acre: 45%

Paraíba e Minas Gerais: 28%

Sergipe: 25%

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