ENTENDA

Estudo mostra que fêmeas de Aedes aegypti podem picar por cima das roupas

Mais testes envolvendo espessura e cores estão sendo feitos

estudo
Brasil já passou dos três milhões de casos – Crédito: Canva

Um estudo feito pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, aponta que o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus, é capaz de picar por cima da roupa. Os pesquisadores descobriram que o tamanho do aparelho bucal das fêmeas, vetores da doença, facilita a contaminação sob tecidos.

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Durante o processo, descobriram que em contato com o tecido que está sobre a pele, o mosquito consegue fazer com que o aparelho bucal atravesse a roupa e se alimente do sangue. “A gente fez a filmagem desse procedimento da fêmea pousando sobre a luva na mão calçada e com o jaleco na mão também. E fizemos a filmagem de todo esse procedimento dela se alimentando. Então, a fêmea do Aedes aegypti ela tem um aparelho bucal diferente de alguns outros insetos. Ele que é bem longo. Nesse processo, ela precisa sondar a pele para introduzir o aparelho bucal e chegar direto no capilar sanguíneo e fazer essa alimentação mesmo com a roupa”, contou a coordenadora Núcleo de Pesquisa Biomética da UFLA, Joziana Barçante, em entrevista à CBN BH.

Os testes feitos para o estudo são com insetos não contaminados, criados em laboratório. “A gente mantém uma colônia de insetos livres de infecção no laboratório que são utilizados para manutenção e a partir dessa colônia a gente faz os ensaios de repelência, ensaios de teste de compostos, por exemplo”, explicou a coordenadora, dessa vez ao g1.

Essa nova descoberta serve de alerta para a forma correta de proteção. Joziana ressalta que o certo seria fazer o primeiro uso do repelente antes de vestir as roupas e depois, uma nova colocação, já com as vestimentas.

 

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Nova etapa do estudo

Uma nova fase de estudos vai ser iniciada com a UFMG. O objetivo é descobrir se os mosquitos também conseguem infectar pessoas vestidas com roupas de tecidos mais grossos e com cores variadas.

“A gente também recebeu muita demanda questionando se o tipo de roupa, se a coloração da roupa tem influência também nessa atração ou nessa repelência de insetos, então é uma nova fase que a gente entra agora”, contou Joziana.

Casos de dengue no país

Mais de 3,1 milhões casos de dengue foram registrados no Brasil em 2024. Segundo o Ministério da Saúde, 1.292 mortes foram contabilizadas. Outras 1.875 estão em investigação.

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Segundo dados divulgados esta semana pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o Sul de Minas chegou a 56,6 mil casos de dengue confirmados. Varginha, que tem mais de 11 mil casos, segue aumentando o número de confirmações. Só nesta semana, foram mais 1.119 na cidade. Três Corações (+774), Boa Esperança (+408) e Cruzília (+356) aparecem na sequência como as cidades onde a doença mais aumentou.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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