Os registros de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) relacionados à Covid-19 têm mostrado uma tendência de queda na maioria dos estados brasileiros, principalmente na região centro-sul. Entretanto, o boletim InfoGripe, divulgado recentemente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta um leve aumento de casos em algumas regiões específicas.
As informações do boletim indicam que o aumento nos casos de SRAG foi percebido nos estados do Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba e Tocantins, especialmente entre idosos, crianças e adolescentes até 14 anos. A coleta de dados foi realizada mediante o Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), abrangendo a Semana Epidemiológica 42, que ocorreu entre 13 e 19 de outubro de 2024.
Como a pandemia de Covid-19 impactou a SRAG nos últimos anos?
Nos últimos anos, a Covid-19 teve um impacto significativo nos casos de SRAG. Segundo a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, à Agência Brasil, houve uma recente onda de Covid-19 que começou a reduzir cerca da Semana 32 deste ano. Essa queda foi mais acentuada na região centro-sul do país, contrastando com um aumento nas hospitalizações de idosos em alguns estados como Mato Grosso, Pará e Paraíba.
Quais vírus estão associados ao aumento dos casos de SRAG?
No Espírito Santo e em Tocantins, tem-se registrado um aumento de casos de SRAG entre crianças e adolescentes. No entanto, ainda não é possível identificar com precisão o vírus responsável por essa elevação. Possíveis culpados incluem vírus respiratórios como o VSR, rinovírus ou até mesmo o metapneumovírus, segundo a Fiocruz. Nas capitais João Pessoa, Manaus e São Luís também foi notado um avanço nos casos de SRAG.
Prevenção: máscaras e vacinação contra a Covid-19
Portella destaca a importância de medidas preventivas, principalmente o uso de máscaras em locais fechados ou com aglomeração de pessoas, especialmente em estados com aumento de casos. Ela reforça que as recomendações incluem o uso de máscaras quando ocorrerem sintomas gripais, como coriza, tosse ou febre, para minimizar a transmissão de vírus respiratórios.
Além disso, a vacinação contra a Covid-19 é vital, sobretudo para grupos de risco, uma vez que a imunização reduz a gravidade dos casos e a chance de transmissão.
Resultados e análise de dados de 2024
No ano epidemiológico de 2024, foram relatados 147.782 casos de SRAG, com 47,3% dos registros positivos para algum vírus respiratório. O vírus sincicial respiratório e o rinovírus estão entre os mais comuns, seguidos pelo Sars-CoV-2. Em termos de mortalidade, foram reportados 9.040 óbitos associados a SRAG, com maior incidência de mortes ligadas à Covid-19 e influenza A. Esses dados, contudo, podem sofrer alterações à medida que novos dados laboratoriais são disponibilizados.
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