Nos últimos anos, tem sido muito comum ouvir relatos de pessoas que recorreram a algum tipo de remédio para emagrecer. Na maioria das vezes, o nome mais mencionado é o Ozempic, da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk. Entretanto, um novo medicamento vem ganhando destaque nas redes, o Mounjaro, do laboratório americano Eli Lilly.
Por terem o seu funcionamento parecido, ambos são indicados para diabetes tipo 2. Porém, quando aprovado pelos médicos, são utilizados da forma off-label, ou seja, para uma finalidade diferente do que consta na bula, em tratamentos de emagrecimento.
Qual a diferença entre o Ozempic e o Mounjaro?
O Ozempic funciona a partir do seu princípio ativo, a semaglutida, substância que inibe a apetite e dá a sensação de saciedade, por isso a perda de peso rápida. Já o Mounjaro trabalha com a tirzepatida. Os dois pertencem à mesma classe de medicamentos, que são análogos de GLP-1. Eles recebem esse nome porque simulam um hormônio chamado GLP-1, associado à sensação de saciedade e à redução da velocidade da digestão da comida.
Porém, o Mounjaro, além de simular a ação do GLP-1, faz o mesmo com uma substância chamada GIP, que complementa os efeitos do primeiro. A combinação do agonista do receptor GLP1 mais GIP tem um efeito mais potente em reduzir o peso, a gordura corporal e a ingestão alimentar que as moléculas usadas separadamente.
Todavia, os preços são mais elevados do que os do Ozempic, por isso o apelidaram de ‘Ozempic dos ricos’. Além disso, o medicamento ainda não é vendido no Brasil, mesmo tendo sido aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no ano passado.
Segundo a última atualização da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão responsável pela definição dos valores de medicamentos no Brasil, o Preço Máximo ao Consumidor (PMC) do Ozempic varia entre R$ 1.143,82 e R$ 1.289,75, a depender dos impostos de cada estado. O Ozempic é uma injeção semanal.
Já o preço máximo do Mounjaro varia de R$ 1.677,10 a R$ 3.782,17, a depender dos impostos e da dose. Ele é disponível nas versões de 2,5 mg, 5 mg, 7,5 mg, 10 mg, 12,5 mg e 15 mg, com as dosagens mais baixas também sendo usadas no início para evitar efeitos adversos. A aplicação também é semanal.
Qual apresenta maior eficácia na perda de peso?
Em estudo clínico publicado na revista científica JAMA, a semaglutida, do Ozempic, proporcionou uma redução de 17,4% do peso corporal após um período de 68 semanas, cerca de 15 meses e meio. Já outro trabalho, também publicado pelo JAMA, com a tirzepatida, do Mounjaro, mostrou uma perda de 25,3% do peso após 88 semanas, cerca de 20 meses.
Além disso, uma análise de pesquisadores ligados à Truveta, empresa de dados operada por um coletivo de 30 sistemas de saúde dos EUA, mostrou que, após o período de um ano de uso de ambos os remédios, o Mounjaro levou a uma perda 7,2% maior do peso que o Ozempic.
Efeitos colaterais
Assim como o Ozempic, os efeitos colaterais costumam ser gastrointestinais e envolver náuseas, vômitos e diarreias. Porém, ocorrem de forma moderada e são passageiros.
Vale ressaltar que o uso dos dois remédios deve ser feito com acompanhamento médico. Para que assim, os efeitos colaterais possam ser minimizados a partir do controle das doses dependendo do andamento do tratamento.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini
