litopedia

Mulher morre após complicações em cirurgia para retirar “bebê de pedra” do abdômen

Os profissionais deduziram que se tratava de uma gravidez ectópica, quando acontece fora do útero, e que a mulher carregava o feto há mais de 50 anos

Uma mulher indígena, de 81 anos, morreu após sofrer complicações em uma cirurgia para retirar um feto calcificado de seu corpo. Ela deu entrada em um hospital da cidade de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, com dores abdominais.
Caso é raríssimo e acontece mais em países de terceiro mundo – Créditos: Reprodução

Uma mulher indígena, de 81 anos, morreu após sofrer complicações em uma cirurgia para retirar um feto calcificado de seu corpo. Ela deu entrada em um hospital da cidade de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, com dores abdominais. Com exames, os médicos detectaram um caso raro de litopedia, quando um organismo cobre outro, em seu interior, com tecido ósseo para evitar infecções.

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Os profissionais deduziram que se tratava de uma gravidez ectópica, quando acontece fora do útero, e que a mulher carregava o feto há mais de 50 anos. Após a cirurgia, em 14 de março, ela foi direcionada para a UTI do hospital, mas não resistiu a uma infecção generalizada causada por uma infecção urinária. Segundo o secretário de Saúde de Ponta Porã, Patrick Dezir, ela morava em um assentamento indígena na cidade de Aral Moreira e já tratava um quadro de dores abdominais. Após o agravamento da condição, ela foi transferida para o hospital a cerca de 80 km.

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“Quando ocorre a gravidez, ela deve estar dentro do útero, mas em alguma situações a gravidez pode ocorrer fora. Aquele bebê não deu clínica, a paciente não teve uma dor aguda e não teve um grande sangramento e esse diagnóstico passa desapercebido e o tempo vai se encarregar daquele corpo estranho que ficou dentro do abdômen da mulher”, explicou o ginecologista e mastologista João Bosco Borges, ao g1.

Como pode não ser detectado imediatamente, o corpo calcificado tem a possibilidade de resultar em complicações futuras. Borges afirma que esta condição é mais comum em países de terceiro mundo, onde a fiscalização e prevenção são mais precárias. “Isso mostra que em algum momento essa mulher teve um quadro doloroso, mas faltou o diagnóstico de que ela tinha uma gravidez abdominal ou ectópica que se rompeu e aquele bebê caiu no abdômen”, completa.

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