A jornalista Fernanda Gentil, de 37 anos, foi diagnosticada com paralisia de Bell. Ela contou em um vídeo em seu canal do YouTube como descobriu a doença e também fez um alerta.
Fernanda disse que seus primeiros sintomas foram durante um reencontro com seu filho Gabriel, de sete anos, que estava viajando com seu pai. “Quando ele chegou, eu obviamente agarrei ele, abracei, beijei, espremi e senti que fiquei com a boca meio dormente. Passou aquela euforia toda, esqueci, distrai“, contou.
No dia seguinte, os sintomas ficaram mais intensos: “Comecei a mandar vários beijos e não saía, a boca não firmava, sabe? Percebi que o lado da esquerda, que era justamente o que estava incomodando a minha boca, não estava correspondendo com o lado da direita“.
A jornalista decidiu procurar um médico que, após uma chamada de vídeo e uma série de exercícios, descartou a probabilidade de ser algo neurológico, como um AVC ou um tumor.
Fernanda foi ao hospital e fez exames para ter um diagnóstico: “[O médico] me diagnosticou com Paralisia de Bell, que é essa paralisia parcial do rosto. Não tem uma origem certa do que pode causar, tem várias opções. Estresse pode ser uma delas, mas também é uma possibilidade o vírus da herpes, que eu tenho [no meu corpo]“.
“É para alertar vocês a ouvirem muito os sinais do corpo de vocês. Não silenciarem nada, não negarem nada, fingirem que não estão vendo. Não vai eliminar esse problema, muito pelo contrário, vai aumentar esse problema. Então, se você tem uma coisa que não está legal, vai procurar uma ajuda, uma orientação médica, para você investigar“, ressaltou Fernanda.
Confira o vídeo do relato de Fernanda Gentil:
O que é a paralisia de Bell?
Segundo o Manual MSD, a paralisia de Bell é uma condição que resulta no enfraquecimento ou paralisia súbita dos músculos de um lado do rosto devido a uma disfunção do 7º nervo craniano, responsável pelo movimento facial, salivação, lágrimas e sensação de gosto na língua.
Geralmente causada por infecção viral ou distúrbio imunológico, os sintomas incluem dor atrás da orelha seguida de fraqueza ou paralisia facial e perda de sensação de gosto na língua afetada.
O diagnóstico é feito com base nos sintomas, e o tratamento geralmente envolve corticosteroides para reduzir o inchaço do nervo. A maioria das pessoas se recupera completamente após vários meses, mas algumas causas podem incluir infecções virais, como herpes simples e zóster, assim como o vírus da Covid-19. Outras condições, como a doença de Lyme e tumores cranianos, também podem causar paralisia facial.
Sintomas
Na paralisia de Bell, os sintomas começam com dor atrás do olho, seguida por enfraquecimento súbito dos músculos faciais em apenas um lado do rosto, variando de fraqueza moderada a completa paralisia em horas. A fraqueza é mais intensa em 48 a 72 horas.
A face afetada fica lisa e sem expressão, mas pode parecer torcida devido à tendência dos músculos não afetados em direcioná-la. Fechar o olho no lado afetado pode ser difícil, levando a uma desviação para cima ao tentar.
A produção de saliva e lágrimas pode ser reduzida, levando a olhos e boca secos. A sensação de paladar na parte anterior da língua no lado afetado pode ser perdida. Em alguns casos, podem ocorrer movimentos inesperados da face ou secreção espontânea de lágrimas durante a salivação à medida que o nervo facial se recupera. Contraturas musculares podem ocorrer devido à falta de uso dos músculos faciais.
Diagnóstico
Para diagnosticar a paralisia do nervo facial e distingui-la de outros distúrbios, os médicos realizam uma avaliação com base nos sintomas. Por exemplo, eles diferenciam a paralisia de Bell de um derrame observando se a fraqueza afeta apenas a parte inferior de um lado do rosto, com a capacidade de fechar os olhos e levantar a sobrancelha.
Outras doenças que causam paralisia facial são descartadas com testes como exames de sangue, radiografias e ressonância magnética ou tomografia computadorizada do cérebro, dependendo da suspeita da causa. Isso ajuda a confirmar o diagnóstico e descartar outras condições, como tumores, doença de Lyme, infecções, sarcoidose, diabetes e fraturas cranianas.
Quando a paralisia é parcial, a maioria dos pacientes se recupera por completo, em vários meses, com ou sem tratamento. Se a paralisia for total, o prognóstico é variável. Podem ser realizados exames para ajudar a prever a probabilidade de recuperação. Algumas pessoas não se recuperam por completo. Os músculos faciais podem continuar fracos, fazendo o rosto cair.
Tratamento
O tratamento da paralisia de Bell envolve, às vezes, o uso de corticosteroides para reduzir o inchaço no nervo facial, como a prednisona, se os sintomas aparecerem dentro de 48 horas.
Medicamentos antivirais, como aciclovir, fanciclovir ou valaciclovir, podem ser prescritos em conjunto, embora sua eficácia não seja clara. Para proteger os olhos da secura e lesão, colírios ou solução salina podem ser aplicados, e em casos graves, pode ser necessário o uso de tampão nos olhos, especialmente durante o sono.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini