Cláudia Albuquerque, uma brasileira de 28 anos, enfrentou uma batalha contra o botulismo enquanto estava nos Estados Unidos. O seu quadro começou com sintomas mais leves e culminou em uma situação crítica que exigiu intervenções médicas intensivas.
Cláudia foi passar quatro meses no estado do Colorado, para realizar um intercâmbio, quando começou a apresentar sintomas que inicialmente pareciam inofensivos. No entanto, o agravamento rápido de seu quadro levou suas amigas a contatarem sua irmã, Luísa Albuquerque, que viajou de emergência para acompanhá-la.
Após 15 dias de exames e espera, veio o diagnóstico: a brasileira havia contraído botulismo, uma doença rara e potencialmente fatal causada pela bactéria Clostridium botulinum. A brasileira contraiu a doença após tomar uma sopa industrializada. “Foi apenas uma colher“, afirmou em entrevista ao UOL.
Ela só percebeu a gravidade de sua condição ao ser intubada e transferida de helicóptero para o Swedish Medical Center, em Denver. Mesmo com o corpo paralisado, Cláudia permaneceu consciente quase todo o tempo, enfrentando imobilidade total e incapacidade de comunicação.
“Sempre estive consciente, somente o corpo não respondia aos comandos. Não via a hora de aquilo passar. Acompanhava tudo o que se passava ao redor, mas não conseguia me comunicar”, disse.
Tratamento e recuperação da brasileira
Com a internação nos EUA, a família de Cláudia se viu diante de uma conta hospitalar que chegava a US$ 2 milhões (aproximadamente R$ 10 milhões). Um seguro saúde cobriu uma parte das despesas, cerca de US$ 100 mil, mas o resto do montante exigiu uma mobilização significativa. A família organizou uma vaquinha e contou com a ajuda do programa de ajuda do governo estadunidense para arcar com os custos.
A vaquinha arrecadou pouco mais de R$ 230 mil, valor que foi usado para abater parte da dívida. O Swedish Medical Center também ajudou, bancando o transporte da jovem para o Brasil em uma UTI aérea.
Cláudia retornou ao Brasil em 4 de maio, ainda em estado grave, necessitando de respirador artificial e alimentação por sonda. A recuperação demandou um esforço multidisciplinar que incluiu fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos.
A primeira alta aconteceu em 8 de julho, com cuidados em casa. Dez dias depois ela teve que voltar ao hospital, devido complicações no quadro, ficando internada por mais duas semanas até a alta definitiva.
A brasileira agora faz fisioterapia para fortalecer a musculatura e ficar mais independente. Ainda que a rotina completa seja um desafio devido à locomoção limitada, ela já retomou algumas atividades sociais com amigos, utilizando cadeira de rodas.
O que é e como se proteger do botulismo?
O botulismo é uma intoxicação grave que evolui rapidamente e pode levar à morte. O contato com a bactéria ocorre, principalmente, através de alimentos contaminados, como conservas e embutidos.
Os primeiros sintomas incluem náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia, constipação, dor de cabeça, vertigem, visão dupla, dificuldade para falar e engolir, e paralisia muscular. O tratamento mais comum é por meio de antitoxinas que ajudam a neutralizar as toxinas e minimizar os sintomas.
O botulismo, causado pela Clostridium botulinum, pode ser evitado com algumas medidas simples:
- Higienização cuidadosa de alimentos e mãos
- Evitar alimentos em latas estufadas, vidros embaçados ou embalagens danificadas
- Ferver ou cozinhar produtos industrializados e conservas caseiras por 15 minutos antes do consumo
Em agosto de 2023, um grupo de pessoas que se reuniu e comeu a mesma comida acabou sendo infectado com a doença. Caso aconteceu na Argentina e afetou ao menos 4 pessoas.
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Publicado por @el_informante_snVer no Threads