Qualidade do sono afeta o sistema imunológico da pessoa

Neurocientista Fabiano de Abreu comenta estudos recentes que provam que dormir mal pode fazer mais mal para a saúde do que se imaginava

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Melatonina ajuda no sono – Crédito: Canva Fotos

Não é novidade para ninguém dizer que uma noite mal dormida pode trazer problemas para a saúde, e a qualidade do sono afeta o sistema imunológico. No entanto, um estudo recente do Dr. Michael Irwin, da Universidade da Califórnia, mostra o quão rápida e abrangente uma pequena dose de falta de sono pode afetar as células imunológicas que lutam contra o câncer.

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Ao examinar jovens saudáveis, o pesquisador observou que uma única noite de sono de quatro horas – ir para a cama às três e acordar às sete da manhã – mata 70% das células assassinas naturais que circulam pelo sistema imunológico, em comparação com uma noite de sono de oito horas. No entanto, o PhD, neurocientista, psicanalista e biólogo Prof. Dr. Fabiano de Abreu alerta: “Imagine agora como deve ficar o sistema imunológico da pessoa após ter meses ou anos de sono insuficientes, é um sério risco que a pessoa se submete”.

Além disso, ele lembra que vários estudos epidemiológicos importantes revelam que o trabalho noturno e a interrupção do sono e dos ritmos circadianos aumentam muito as chances de desenvolver muitos tipos de câncer, incluindo mama, próstata, útero e cólon. “A Dinamarca já observou esta situação preocupante e, graças às evidências apontadas pela ciência, tomou a decisão de pagar indenização trabalhista a mulheres que desenvolveram câncer de mama após anos de trabalho noturno em empregos públicos”, acrescenta Fabiano.

Para o neurocientista, a qualidade do sono afeta o organismo, e as consequências disso podem ser medidas ao avaliar uma série de fatores, dentre eles a condição genética. “Alguns estudos já revelam que as pessoas de alto QI costumam dormir tarde, no entanto, isso não quer dizer que isso não vá afetar essas pessoas. No caso delas, o que acontece é que os danos à saúde são menores, já que suas conexões sinápticas são maiores em relação às outras pessoas. Porém, a falta de sono é um problema sanitário que precisa de atenção de todos”, completa.

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