NOVO ESTUDO

Refrigerantes são ligados a maior risco de doença cardíaca; saiba mais

Estudo revela uma associação entre o consumo de bebidas adoçadas, como os refrigerantes, e um aumento no risco de fibrilação atrial

Estudo revela uma associação entre o consumo de bebidas adoçadas, como os refrigerantes, e um aumento no risco de fibrilação atrial.
Refrigerantes são ligados a maior risco de doença cardíaca; saiba mais – Créditos: Canva

Nesta terça-feira (5) , foi publicado um novo estudo na revista científica Circulation: Arrhythmia and Electrophysiology, da Associação Americana do Coração, que revela uma associação entre o consumo de bebidas adoçadas, como os refrigerantes, e um aumento no risco de fibrilação atrial, um quadro caracterizado por uma frequência cardíaca irregular e frequentemente acelerada, afetando a circulação sanguínea.

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Os cientistas, analisando dados de mais de 200 mil adultos entre 37 e 73 anos, disponíveis no UK Biobank – um banco de dados de saúde britânico entre 2006 e 2010 – identificaram 9.362 casos de fibrilação atrial. No início do acompanhamento, esses indivíduos não tinham um diagnóstico da doença.

Foi observado que aqueles que consumiam mais de dois litros por semana de bebidas adoçadas artificialmente, como os refrigerantes zero açúcar, que utilizam adoçantes artificiais, apresentavam um risco 20% maior de desenvolver fibrilação atrial. Isso equivalia a menos de uma lata de 350 ml por dia.

Além disso, aqueles que bebiam mais de dois litros por semana de bebidas adoçadas, mesmo que não artificialmente, como os refrigerantes comuns, também apresentaram uma incidência maior, embora o aumento fosse de 10%. Segundo os pesquisadores, o diagnóstico cardíaco é significativo e eleva o risco de eventos como infarto em até cinco vezes.

O estudo também revelou que o consumo de até no máximo um litro por semana de suco puro, sem adição de açúcar, estava associado a um risco 8% menor de fibrilação atrial. No entanto, é importante notar que este estudo é observacional, o que significa que ele aponta uma associação ao longo do tempo, mas não pode definir com certeza uma relação de causa e consequência.

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Opinião dos especialistas

Ningjian Wang, pesquisador do Shanghai Ninth People’s Hospital e da Universidade Shanghai Jiao Tong, em Xangai, na China, e autor principal do estudo, ressalta que “os resultados não podem concluir definitivamente que uma bebida representa mais risco à saúde do que outra devido à complexidade de nossas dietas e porque algumas pessoas podem beber mais de um tipo de bebida“.

Ele ainda complementa que “com base nessas descobertas, recomendamos que as pessoas reduzam ou até mesmo evitem bebidas adoçadas artificialmente e com açúcar sempre que possível. Não considere que o consumo de bebidas adoçadas artificialmente com baixo teor de açúcar e calorias é saudável, isso pode representar possíveis riscos à saúde”.

Os cientistas também investigaram se havia algum marcador genético indicando uma suscetibilidade maior entre os indivíduos que desenvolveram fibrilação atrial e consumiam muita bebida adoçada. No entanto, não foi encontrada nenhuma relação.

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Penny Kris-Etherton, membro do Comitê de Nutrição da Associação Americana do Coração e participante do estudo, considera as descobertas surpreendentes, especialmente quando se observa que “dois litros de bebidas adoçadas artificialmente por semana equivalem a cerca de um refrigerante diet por dia“, uma quantidade que não é alta.

Ela destaca que, embora haja evidências robustas sobre as bebidas adoçadas com açúcar e o aumento de riscos cardiovasculares, “há menos evidências sobre as consequências adversas dos adoçantes artificiais para a saúde“.

Ainda precisamos de mais pesquisas sobre essas bebidas para confirmar essas descobertas e entender completamente todas as consequências para a saúde de doenças cardíacas e outros problemas de saúde. Enquanto isso, a água é a melhor opção e, com base nesse estudo, as bebidas adoçadas sem ou com baixas calorias devem ser limitadas ou evitadas”, conclui ela.

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*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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