Síndrome de La Tourette: quando o indivíduo perde o controle sobre o corpo

O neurocientista Fabiano de Abreu apresenta detalhes da condição que se manifesta ainda na infância e compromete o desenvolvimento e o relacionamento social

Síndrome de La Tourette quando o indivíduo perde o controle sobre o corpo
(Crédito: Divulgação/ MF Press Global)

Tiques, espasmos motores e sonoros, disfunção psicossocial e física são algumas das características da Síndrome de La Tourette (ST) – uma condição neurológica não degenerativa, que se manifesta ainda na infância e é responsável por inibir o desenvolvimento do paciente, trazendo consequências por toda a vida. 

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Segundo o estudo A Síndrome de La Tourette traz implicações sociais significativas aos pacientes, do pesquisador e neurocientista Fabiano de Abreu, publicado na revista científica Brazilian Journal of Development, a condição pode ficar mais grave e intensa na fase adulta, mas por volta dos 4 a 6 anos de idade que ela se manifesta, se agravando ao passar da idade, com pico entre 10 e 12 anos. 

Descoberta ainda no século XIX, na França, a ST é uma desordem neurológica rara, causada por uma falha da ação inibitória dentro de um circuito córtico-estriato-tálamo-cortical que suprime impulsos premonitórios para o movimento.

“Em suma, seus sintomas envolvem movimentos involuntários e vocalizações de palavras e frases espontâneas, muitas vezes xingamentos e palavrões.”

Por ser uma condição rara e ainda pouco debatida socialmente, estudos indicam que a Síndrome de La Tourette afeta o desenvolvimento infantil, causa redução do rendimento escolar, problemas emocionais, preconceito e estigmatização e bullying na escola. Ela está associada a problemas comportamentais como, por exemplo, indisciplina, crises de raiva, perda de autoestima, manifestação de estados depressivos e crises de ansiedade, perturbações no sono e alteração do humor.

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Sem cura, mas passível de tratamento, a síndrome exige diagnóstico preciso ainda nos primeiros anos de vida do paciente que apresentar os sintomas. Para se descobrir a síndrome, devem ser feitos exames de eletroencefalogramas, ressonância nuclear magnética, tomografias e análises sanguíneas. 

“Por Jennifer da Silva.

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