ESTUDO DE 2022

SUS atendeu quase 50 baleados por dia em 2022, diz estudo

No estado do Rio de Janeiro, o custo médio diário para tratar um paciente baleado em hospitais de alta complexidade chega a R$ 2,3 mil

Mais de 17 mil pessoas foram tratadas após ferimentos por arma de fogo em 2022
Munição – Crédito: Canva Fotos

O Sistema Único de Saúde (SUS) atendeu em média quase 50 casos de pacientes baleados por dia, conforme revelou um estudo de 2022 do Instituto Sou da Paz. Foram 17,1 mil internações de baleados em hospitais públicos do país. Os impactos financeiros desse cenário são expressivos, já que o custo gasto nesses atendimentos poderia realizar um milhão de mamografias.

Publicidade

No estado do Rio de Janeiro, onde a complexidade dos casos é elevada, o custo médio diário para tratar um paciente baleado em hospitais chega a R$ 2,3 mil.

Os dispêndios associados a esses casos variam conforme a gravidade, a complexidade dos procedimentos necessários e a duração da internação. No ano, a Secretaria Estadual de Saúde já despendeu mais de R$ 19,7 milhões nesse tipo de atendimento, montante que seria suficiente para realizar 4,6 milhões de hemogramas completos.

A situação reflete não apenas uma carga financeira considerável, mas também coloca uma pressão significativa sobre os hospitais públicos, que enfrentam uma sobrecarga decorrente da crescente onda de violência. O atendimento a vítimas de tiros exige a intervenção de, pelo menos, sete profissionais de saúde, os quais precisam tomar decisões rápidas e precisas.

Em média, uma internação por arma de fogo custa três vezes mais que uma internação provocada por outros problemas de saúde”, explica Cristina Neme, coordenadora de projetos do Instituto Sou da Paz.

Publicidade

Um exemplo ilustrativo desse cenário é o relato de um paciente que, após ser intubado, passou por uma transfusão de sangue e foi encaminhado ao centro cirúrgico, mas não resistiu. Quando um tiro atinge a cabeça de uma pessoa, as chances de sobrevivência são mínimas, especialmente sem sequelas.

Este trágico episódio não apenas evidencia a urgência das intervenções médicas, mas também ressalta a natureza crítica e desafiadora do atendimento a vítimas de violência armada, que impõe um fardo significativo aos recursos e profissionais de saúde envolvidos.

*sob supervisão de Camila Godoi

Publicidade

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.