Diversos internautas relataram, nos últimos dias, o surgimento de contas que divulgam o jogo de azar “Fortune Tiger”, popularmente conhecido como “jogo do tigrinho”. Além de seguir os usuários, os bots marcaram várias pessoas em publicações e enviaram mensagens em grupos.
Os perfis suspeitos tinham nomes complicados, cheios de números e códigos. O fator comum era a foto com desenho do tigre, e o ímpeto de seguir milhares de pessoas para oferecer um bônus de dinheiro no jogo.
De acordo com as normas do Instagram, perfis que divulgam apostas online precisam ter permissão da própria plataforma.
O que é o “jogo do tigrinho”?
Acusações de fraude
Caso a estratégia dos minutos pagantes funcione, a fraude é por conta da plataforma. De acordo com Gatti, os resultados dos jogos de azar precisam ser completamente aleatórios e sem padrão, com resultados imprevisíveis. No tigrinho, os números da tela são produto de um gerador de números aleatórios. As imagens, como frutas, moedas e tigres, correspondem a números específicos.
Representantes do setor de jogos de azar denunciam que a promessa de minutos pagantes é um dos principais problemas do “tigrinho”. Afiliados da plataforma que podem ganhar comissão anunciam a “promoção” de forma irregular, popularizando as apostas.
Para Luis Fakhouri, diretor da empresa analista de dados Palver, as menções diárias nas redes sociais sobre “minutos pagantes” evidenciam o uso de envio automatizado da mensagem.
O que diz a lei?
Jogos de caça-níquel online foram autorizados no Brasil em 2023 através da lei 14.790/2023, que também regulamentam os apps de apostas esportivas.
No caso do jogo do tigrinho, a norma estabelece que as partidas aconteçam exclusivamente no mundo digital. Também proíbe “afirmações infundadas” sobre as possibilidades de ganhar prêmios.